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Boas Festas

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008


O Meu presépio feito em gres que adquiri numa casa de artesanato em Vila Nova de Cerveira. A cor da foto e das imagens, foi conseguida com as luzes da sala completamente apagadas.

Desejo a todos os meus visitantes e amigos um Natal Feliz e um Novo Ano de 2009 com muita prosperidade.

SG Ventil

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008


Pessoalmente um dos factos mais importantes deste ano que passou foi que, devido a uma crise no verão em plenas férias a que fui acometido e a conselho médico, que devia deixar de fumar. O êxito é total. Mas tenho muitas saudades.

Crise
é também umas das palavras mais ouvidas neste ano a propósito de tudo e de nada. Tudo serve para a utilizar até como desculpa de mau pagador. Ela anda de boca em boca e que serve às mil maravilhas para os políticos quer estejam no governo ou na oposição para justificar o regabofe que vai nas suas hostes e no país. Mas então é caso novo? Não estará o regime em crise desde o 25 de Abril de 1974!?

Enquanto se Espera

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Há, sim senhor!

Há um Portugal sério, um Portugal que trabalha, que estuda; curioso, atento e honrado! Há um Portugal verdadeiro que não perde o seu tempo com inimigos fantásticos e cujo único desejo é apenas e grandemente ser Ele próprio! Há um Portugal, o único que deve haver e que afinal é o único que não anda por causa dos vários Portugais inventados de todos os lados de Portugal! Há um Portugal profissionalista, civil e insubornável! Há, sim senhores! Mas entretanto...
Entretanto, a nossa querida terra está cheia de manhosos, de manhosos e de manhosos, e de mais manhosos. E numa terra de manhosos não se pode chegar senão a falsos prestígios. É o que há mais agora por aí em Portugal: os falsos prestígios.
E vai-se dizer de quem é a culpa de haver manhosos e falsos prestígios: a culpa é nossa, e só nossa!

José de Almada Negreiros In Diário de Lisboa
de 3 de Novembro de 19
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Um banco


Há quem diga que apesar da actual crise financeira ainda o melhor negócio e o mais seguro é a fundação de um banco. Acredito!


Manoel de Oliveira

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Integrado na homenagem pelo seu trabalho e por ter atingido a provecta idade de 100 anos, a RTP transmitiu ontem à noite o seu último filme, Cristóvão Colombo - O Enigma.
Confesso que não sou um grande admirador da sua obra, mas também não o considero um chato, que os seus filmes são muito parados, ou que façam sono.
Para um intelectual, talvez o considerem um génio. Para outros um realizador difícil, agarrado a uma estética cinematográfica ultrapassada.
Para mim, Manoel de Oliveira podia ser o Ingmar Bergman da Luzitânia, descontando a extraordinária aceitação nos círculos intelectuais da Europa onde goza de grande consideração. O que é um exagero. O realizador sueco tem maior consenso a nível Mundial, cujo os seus filmes são muito mais acessíveis para o grande público. O problema está na maneira de fazer cinema e depois tem outro contra é...português.
Conheço melhor a obra de Bergman.
Mesmo assim dos filmes que vi de Manoel de Oliveira, gostei do Monte Abraão, A Caixa e o inesquecível Aniki-Bobó.

Algarve Revisitado

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Monte Gordo

O actual Algarve de betão já não é o que eu conheci nos tempos da minha adolescência nos dias despreocupados das férias grandes.
A harmonia da paisagem, os aromas doces das noites de céu estrelado, a luz intensa das manhãs a incidir sobre as casas brancas, ainda é possível observar, além do sentimento telúrico que ainda se pressente nas pessoas... apesar da invasão estrangeira.


Praia dos estudantes (Lagos)

[...Não, eu não consigo ver o Algarve senão como a miragem dum céu deste mundo, sem nenhum dos atavios que aviltam a condição dum céu] Miguel Torga


Biografia Imperfeita

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


Nasci em 1949 no seio de uma família humilde, numa aldeia com casas de xisto lá por Trás-os-Montes rodeado de pastos verdejantes e um ribeiro à cintura. Como homem do campo andava sempre a pé. Só às vezes é que andava a cavalo num burro, mas isso era só às quartas e quintas. Muito moço passava os dias a passear as ovelhas e o porco-do-meu-pai naqueles pastos verdejantes. À noite sonhava com a Virgem, porque na aldeia havia poucas ou nenhumas. Suponho que emigraram para França. Herdei, está bom de ver, o empenho e a devoção às causas místicas da parte da minha humilde mãe. O meu pai era um militante comunista com actividade clandestina entre congressos. Desejava que eu me realizasse como engenheiro agrónomo, o que não aconteceu. Mais tarde casei com a Maria de Jesus que ainda era minha prima e ás vezes minha irmã, e só quando lhe convinha é que era minha mulher. Confesso que nunca dormi com ela. Fugi para Lisboa, depois de matar os meus pais como foi noticiado dramaticamente e levado à cena num teatro e passei a frequentar a noite lisboeta. Ia todos os dias ao Ritz-Clube onde conheci a intelectualidade anti-regime. Fiz uns sonetos publicados e dedicados à minha segunda mulher, mas a maior obra de folgo e de arremesso foi o ensaio "Que Fazer, com esta gente da Esquerda?". Ainda tive tempo de tirar a 4ª. classe na Machado de Castro e dali até ao jornalismo foi um pulo. Penso fazer uma plástica para retirar aquele meu "ar" rural que ainda sou possuído e ficar bem na moldura do tempo e que, assim, possa perpetuar a minha rápida ascensão social que sem o 25 de Abril de 74, e os valores democráticos e fiel seguidor da doutrina de Francisco Sá Carneiro não seria possível. Se Deus me der mais anos de vida penso um dia regressar triunfante a Trás-os-Montes.


***

Termino aqui a galeria de tipos esquisitos que vos apresentei e qualquer relação com pessoas, factos ou bens conhecidos, não é da inteira responsabilidade do autor. E não desperdiço a ideia de arrumar uns dias de férias no Algarve até segunda-feira.
Um grande fim-de-semana para todos.


Suicídário

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Disse alguém: Não sei o que é a consciência de um canalha, mas o coração de um homem honesto é horrível.

Sempre fui muito arrumado nas minhas ideias. Na minha profissão, guardo a recordação de ter ensinado muitas pessoas com especulações desinteressantes. Por outro lado fui vitima da minha própria família. Nunca me disseram a verdade, isto apesar de declararem que só queriam o meu bem.
Por causa daquela história que o dinheiro é tudo e nos traz a felicidade, tornei-me um tipo esquisito e insuportável. Uma pessoa extremamente egoísta. Atitude que me iria causar grande sofrimento.
Levei muito tempo a discorrer que a vida social é uma mentira. E, por tudo o mais que não relatarei para não vos maçar, resolvi suicidar-me. Ainda pensei isolar-me para uma casa de campo e levar os meus livros e discos para repensar melhor. Mas tive receio que tivessem pena de mim e me fossem buscar para depois me internarem num lar de idosos, para melhor morrer de tédio e de frio.
Eu sei que vão pensar muito mal de mim. Mas não quero saber dos julgamentos dos outros, principalmente por pessoas pouco inteligentes e igualmente infelizes, mas sobretudo loucas tal como eu. Os espertos são aqueles que levam a vida a rir das loucuras dos outros.

Dia da Restauração

domingo, 30 de novembro de 2008


1 de Dezembro de 1640 golpe palaciano que pôs fim a 60 anos de governo filipino em Portugal e colocou no trono o duque de Bragança D. João IV.


[...A cerimónia oficial para a aclamação do monarca foi marcada para o dia 15. Tudo se faria sem grandes festas, como D. João havia exigido. Para o efeito, ergueu-se um palanque no Terreiro do Paço...] [...De repente, toda a gente explodiu em vivas de alegria e entusiasmo. Fernão Teles de Menezes esperou que as vozes se calassem, desfraldou a bandeira das quinas e agitou-a, gritando, entusiasmado: Real! Real! Real! Pelo muito alto e poderoso rei D. João IV nosso senhor! - Viva!] [...Finalmente, Portugal libertara-se do jugo que o estrangulava e conquistara a tão merecida independência e liberdade. Extraído do livro de Isabel Ricardo "O Último Conjurado".

Maria

sexta-feira, 28 de novembro de 2008



Amava a minha mãe. Até de mais. Podia até definir esse relacionamento como o grande amor da minha vida.
Admirava a sua altivez e sabedoria, além da sua serenidade e paciência para aturar todo o tipo de pessoas. Nunca lhe perdoei o facto de ter aturado com a mesma benevolência a besta do meu pai. A nossa diferença de idades era apenas de 18 anos. Seguia-me para todo o lado, controlando todos os meus passos. Cumpria escrupulosamente todas as suas determinações e os avisados conselhos. Ela foi a responsável por me encontrar ainda hoje no estado de celibatário apesar dos meus 48 anos. Quando se aproximava de mim, sentia o cheiro da sua aveludada pele, fazendo lembrar quando ainda bebé me afagava no seu regaço. Sentia-me confortável e realizado ao pé dela. Por isso nunca me aproximei e interessei por outras mulheres. Os anos foram passando e um dia senti repulsa. Senti que tinha de a matar. Ao cumprir tal hediondo acto, confesso que chorei.

Histórias do Absurdo

segunda-feira, 24 de novembro de 2008



Intrigado pelo desaparecimento de uma foto de Madalena Iglésias aqui no Luz itânia, inserido para melhor ficar na moldura, no post com o título Carta de Madalena Iglésias a Luís Vaz de Camões, reflecti seriamente a quem é que o referido retrato desmerecia para tal acto sensório. Depois de algumas horas absorto sobre este episódio, não cheguei a nenhuma conclusão decente. O caso é aborrecido para mim, porque acreditem, sempre gostei da Madalena Iglésias. Tenho os discos todos dela, quer os LPs, quer os EPs. Vi os filmes todos dela, principalmente com o António Calvário. Das polémicas que houve em torno das rivalidades entre os fãs de Madalena Iglésias e Simone de Oliveira eu sempre estive ao lado dela. Sei cantar ainda hoje os seus grandes êxitos. Por isso, não fazia sentido serei eu próprio a retirar a foto. Quem teria sido os autores deste absurdo? Pressões da própria!? Bom, não importa!


Matei o meu Pai


Sentei-me por uns instantes muito breves, no cemitério a observar o céu azul. Pairava uma brisa muito leve no ar que fazia oscilar os ciprestes. Tinha ali sepultada naquele enorme jardim de pedra toda a minha família. Apenas não chorava a morte do meu pai.
Tinha um ódio visceral ao meu pai. Sempre me contrariou nas minhas aspirações até as mais ingénuas e infantis. No entanto, sabia das suas preocupações quanto ao meu futuro. Um futuro delineado por ele evidentemente. Desde tenra idade que a sua figura me inspirava uma mistura de ódio e compaixão. Discutimos muito quando eu fiz 62 anos. Foi como fazer a catarse das nossas vidas. Mas, sobretudo matei-o porque detestava as suas botas pretas que sempre usou toda a sua vida. Enterrei-o ainda vivo. Julgo que ainda anda por aí.

Stop!

terça-feira, 18 de novembro de 2008


Pegando no mote do último post da menina das Résteas que eu considero muito oportuno, dignei-me fazer este para muita gente desprevenida, não certamente por terem perdido a sensibilidade bastante, para julgar as coisas que vão acontecendo connosco no quotidiano, mas por uma imensa cortina de fumo que desde há muito tempo a esta parte não nos deixa ver mais claro.

O que nós precisamos é de parar para reflectir e como diz o referido post, é necessário sermos novamente crianças. Para termos o poder de sonhar. De sermos românticos, não no sentido único do amor, mas românticos em tudo. No acreditar que é possível reinventar tudo de novo. Utilizarmos o tempo mais para nós. Uma maneira diferente de estar com os amigos, restituir à família a importância que desmereceu. Reinventar o amor e a amizade. Voltar a respeitar os valores essenciais que fez escola na sociedade e que foram os alicerces do equilíbrio do ser humano. A não ser assim, continuaremos a estar agrilhoados pelo tempo e pelo trabalho e teremos a desilusão, o desespero e a tristeza, que é o apanágio dos nossos dias.

Depois das utopias políticas geradoras de frustrações, bem visíveis, paremos para reflectir.


Carta de Madalena Iglésias a Luís Vaz de Camões

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Fardado ou não, és e sempre foste um bonito rapaz. Um pouco timido até. Mas isso às vezes até convinha, porque nestas coisas do amor é costume a paixão sobrepor-se à razão. Um homem não é uma mosca e nem é de ferro. Dizem as estatísticas que 10% dos suicídios anualmente são originários de desgostos de amor e não de qualquer febre gripal apanhada nas épocas mais frias, nas restantes ainda se está para saber. Um homem rebaixa-se até a esse ponto. O Luís até foi um deles. Passava os dias com os seus delírios junto ao cais à tardinha. Convivia com a fauna que descia a Bica. Vadios, bêbados, fadistas, chulos e as meninas de mau porte, enquanto as gaivotas aterravam ali perto, enviando-lhe mensagens ocultas que o ajudavam a prever o futuro. Fugiste a sete pés pela Rua do Alecrim e com as calças na mão depois de uma noite de orgíaca descompostura, perseguido por uma onda de maridos enganados. Mas nesta era de crise e de horrores, de tédios tamanhos, quem te considerou um "chato" foi o Alberto Cossery e os amantes da sua indolência, que passam o tempo a corar ao sol neste Vale Fértil. Já há muito que desterraram o Luís por o acharem deprimente e que do estudo a isso são obrigados, numa tentativa assaz anti-pedagógica de desviar as atenções para a arte de pintar paredes, estar in nas noites de boémia do Bairro Alto e de apreciar a cultura e os deslumbres da poesia hip-hop. Por isso, há que atirar para a fogueira das iniquidades os teus cantos, porque o que está a dar são as licenciaturas para a cidadania de futuros bijagós. Sabes quem está muito na moda? É o José Saramago. Não há bicho-careto que não o cite e lhe faça o retrato. Mas ainda assim não aparece tatuado. Não foi o Cesariny que disse, "o génio é incompatível com a habilidade". Vamos por isso acreditar nos génios. Mesmo que um dia também morram. Também eu agora não estou interessada em ser tua musa. Fartei-me de ser a tuba para os mais carentes em versão canora e belicosa, como dizias. Mas isso era no tempo do vinil.

Divina Comédia

segunda-feira, 10 de novembro de 2008


- Achas que vivemos numa democracia?
- Não, pá!
- Então?
- O que nós vivemos é numa partidocracia
- Então não existem regras democráticas?
- Existem mas não são cumpridas
- Então, e o povo?
- Consome e consome-se para sustentar a banca

Os ricos renunciaram a um mundo de decência, David Riesman

Folhas de Outono

segunda-feira, 3 de novembro de 2008



Depois dos anos quentes de 74 e 75, a que se seguiu o optimismo e a idolatria do dinheiro, o prestígio individual, a exaltação dos valores relativistas, do prazer e dos direitos a todo o custo, segue-se a crise e a desorientação social. E agora em pleno Outono, depois das sensualidades de verão, com a chegada do frio e as caminhadas para a farmácia, toda a gente entra e fala na crise. Mas, estamos a falar de que tipo de crise? Crises há muitas e a nossa comunicação social que gosta, vive e convive bem com os acontecimentos exaltantes deste sítio à beira.mar, diz que se trata de uma grave crise financeira. Outros mais afoitos dizem, porque convêm dizer às suas clientelas partidárias que se trata, finalmente, no inicio do fim do capitalismo na sua vertente liberal, vulgo liberalismo. Acredito que sim. Mas a questão não tem só a ver com a ostentação e o esbanjamento de dinheiros e com a avidez pessoal de alguns administradores e gestores de bancos e empresas e com os sonhos sempre presentes das pessoas. Mas sim numa crise de valores que se arrasta há décadas.

Lote 46

quinta-feira, 30 de outubro de 2008


É verdade que a vida naquele tempo era triste e cinzenta. Os dias eram incomensuráveis, mas ainda assim havia calor e sorrisos incandescentes, nem que fosse sentido de forma contraditória. O largo ou a praceta de terra batida era o local de encontro da pequenada. Os rapazes jogavam à bola. As raparigas entretinham-se a saltar à corda, perante o olhar, por vezes severo ou embevecido dos mais velhos. As estações do ano eram todas iguais e previsíveis. Era difícil o mundo chegar até nós. Era assombroso o nosso isolamento, mesmo face às coisas mais belas da natureza e aos importantes acontecimentos que se erguiam após a demência e das cinzas de 1946. O pesadelo terminara vindo das vozes da rádio. Sr. Manuel a guerra acabou. Os aliados venceram! Meu avô deu um pulo na cadeira, tendo saído para a rua festejar. Havia uma grande necessidade de as pessoas se conhecerem e no pátio onde vivíamos todos eram solidários e de uma franqueza extraordinária. Foi assim nos tempos da minha infância. Esse mundo simples acabou definitivamente.

Falar é Preciso

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Nada mais patético do que as entrevistas dos jogadores de futebol depois de vencidos nas pugnas do fim-de-semana.

estamos todos tristes...agora há que levantar a cabeça...Já estamos a pensar no próximo jogo...temos que continuar a trabalhar...fizemos tudo para ganhar o jogo, não conseguimos. O futebol é isto mesmo.

O Mundo continua a querer nos tramar.

Lima de Freitas

quinta-feira, 23 de outubro de 2008


Por oposição à nossa sociedade da informação, do consumo, e da produção de estímulos fáceis, do imediatismo e da diversão, paremos para reflectir e olhar para os nossos pátios interiores.

Esta é em parte a síntese da obra e do pensamento de Lima de Freitas. Pintor, desenhador, filósofo, nascido em Setúbal (1927). Faleceu em Lisboa (1998).

Da sua obra destaco os 14 painéis destinados à estação ferroviária do Rossio, inspirados em Mitos e Lendas de Lisboa.

Decorre ciclos de conferências em torno da obra de Lima de Freitas até ao fim deste mês em Sintra na Quinta da Regaleira.

Trabalhos Desactivados III

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Convento das Bernardas (Tavira)

No extremo da cidade de Tavira, junto às salinas fica o antigo convento das Bernardas, desde 1530 entregue às Monjas de Cister. Já foi fábrica de moagem e de massas a vapor. Está desactivada já à algum tempo, prevendo-se que ali seja criado em breve um condomínio privado. É pena que este belo edifício não seja aproveitado pelo Estado para projectos bem mais aliciantes do que alojar famílias com posses. Mas entre deixar este edifício cair aos bocados, e a intervenção que se projecta, mais vale esta última solução.

Meditação

sábado, 11 de outubro de 2008

Vamos à missa? Mostro algumas igrejas e capelas que podem visitar no interior da Lusitânia, entrar e meditar sobre a nossa identidade como país agora muito ameaçado, pelos ventos da globalização moderna (económica e financeira), nós portugueses enquanto fazedores da primeira globalização espiritual que se conheceu.


Interior de capela (Arredores de Alandroal)


Igreja da N. Senhora da Encarnação e dos Mártires (Castro Marim)


Capela do Calvário (Peniche)


Igreja nos arredores de Pechão (Algarve)

Visual

terça-feira, 7 de outubro de 2008


Este é o meu novo visual. Espero que sintam geral conforto em estar aqui.

Ano de 68 e outras histórias associadas - 2ª. parte

sexta-feira, 3 de outubro de 2008


Já de barba serrada - deixei o "444" uma loção tipo geleia para as afecções e borbulhas da cara e que aconselho a adolescentes - passei ao "Old Spice". Ainda hoje o uso. E, lancei-me às feras.
Ficava-me a "matar" aqueles sapatos de lona com sola de corda e as camisas com bolinhas com várias cores e calças "Levis". Graças aos Porfírios estava na onda psicadélica da época. Estava longe de ser um "beatnicks" mas já usava cabelo comprido. Também usava uma sacola a-tira-colo, que transportava o Emile Zola com o seu "Germinal", uns livrinhos de bolso editados pela "Europa-América" que é fácil ainda hoje de conseguir. Ouvia a estação de rádio "Em Órbita" onde me apercebi da importância social que tinha nas pessoas da minha geração, as canções de Bob Dylan e Leonard Cohen. As minhas preferências políticas e de classe, já iam para a defesa intransigente dos operários e camponeses, mas só de longe vinham os ecos da deflagração estudantil generalizada em Paris, e da invasão soviética na antiga Checoslováquia que dificilmente chegavam a Portugal.
Gostei da praia de Armação de Pera, da vida tranquila de Silves, do deslumbramento que é o espectáculo das amendoeiras em flor, do topless da Monika, da algarviada da Elsa e do Germinal do Zola.

Ano de 68 e outras histórias associadas

segunda-feira, 29 de setembro de 2008


Com a certeza da minha incorporação no serviço militar e o espectro da guerra colonial no horizonte próximo, fiz uma viagem até ao Algarve onde passei 5 dias. O verão estava quente e era o ano de brasa. Houve o Maio de 68 em Paris e a Primavera de Praga. Dois factos políticos importantes. Ouvia-se na rádio, Scott McKenzie, S. Francisco Be Sure to Wear Flowers in your Hair.
Abasteci-me de algumas roupas nos Porfirios uma loja da baixa de Lisboa virada para a moda jovem, que rivalizava com o Grandella e a Casa Africana. E lá fui para o sul. Assentei arraiais em casa de familiares (primos bem afastados) em Silves e foi lá que conheci a Monika, uma sueca abrasiva que adorava latinos. Estive com ela numa BOA (Base de Operações Avançado). Falamos de tudo e até da obra completa do Ingmar Bergman, que eu só conhecia Os Morangos Silvestres.
O Algarve naqueles tempos já estava a despontar, mas ainda não havia a moda das lojas Pizza Hot ou Burger King, daí ter levado o tempo todo a comer sandes de atum, para guardar algum dinheiro para as festas com a Monika. Eu andava vitorioso. Era a primeira vez que conhecia uma sueca. Antes só conhecia a Anita Ekberg e a Ingrid Bergman dos écrans de cinema. Um dia quem estragou aquele sucesso que se estendeu por dois dias, foi a Elsa que ficou fascinada com a minha cultura cinematográfica, ao ouvir a descrição que fiz da cena mais famosa do filme O Ultimo Tango em Paris com o Marlon Brando e a Maria Schneider. A Elsa era uma algarvia cheia de arrebites que afastou definitivamente a sueca. Conhecia todos os parques de diversão do Algarve o que me divertiu imenso. Estava muito interessada em sair dali (stupid place to be) segundo ela. Pois, mas o meu futuro é que não era lá muito risonho. E não foi!

Pergunta

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Um livro de Kafka poderá ler-se uma só vez, mas tem de pensar-se muitas vezes. Um livro de Flaubert ou Eça poderá ler-se muitas vezes, mas pensar-se uma só. Pergunta-se: se depois de os leres a ambos tivesses de ficar só com um, qual deles guardarias na biblioteca? Vergílio Ferreira.

Dilema.
Há muitos Flaubert, logo pode-se ler muitas vezes e o Eça também, e é português. Como sou conhecedor das pequenas coisas dos portugueses, deixava também este e guardaria o Kafka.
O Kafka tem mais humanidade.

Assaltos

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Diariamente temos notícias de norte a sul do país nos mais remotos sítios de uma vaga de assaltos dos mais variados matizes. É assustador. As pessoas naturalmente que andam preocupadas. Na cidade onde ocupo normalmente os meus dias as coisas não atinge ainda assim situações dramáticas. Mas pela voz do meu amigo Carlos Soares, homem de pequenas e grandes histórias da cidade, tive conhecimento do assalto que foi vítima o restaurante Abaniko, famoso pelo seu esmerado serviço de pastelaria e pelo seu bolo-rei. Pois, o Abaniko, recentemente aberto com o pomposo nome de Happy Hour foi assaltado, mas os meliantes nada levaram. Ou melhor, apenas levaram a formula da confecção do famoso bolo-rei, guardada levianamente numa caixa por debaixo do balcão do estabelecimento. Felizmente que do assalto ninguém se aleijou, mas a moral dos proprietários, faço ideia, levou certamente um grande Abaniko.


Foto: Parque da Paz (cidade de Almada)

Azul

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Se fores ao Sul leva a bandeira azul

I See The World Through You

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Não sou apologista que os cantores portugueses gravem em inglês. Compreendo que desejem penetrar no mercado internacional e não sei que mais. Mas não gosto. No caso do David Fonseca, abro contudo uma excepção.

Dedico este vídeo ao meu filho. Pelo qual vejo o Mundo

Equívocos

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A única livraria digna de registo em Peniche, é uma loja pequenina, onde os livros, jornais, revistas, se acotovelam e se estendem por tudo quanto é sítio. Ainda possuem a colecção completa dos livros da colecção RTP, além de outras edições de bolso muito antigas, paralelamente às mais recentes edições do mercado.

- A dona Isabel vai comprar todos os dias o jornal e a sua revista de mexericos e está a par de todas as tropelias dos famosos, além dos crimes que aparecem por esse país fora, normalmente de fontes muito bem informadas. No seu jeito típico de falar das pessoas de Peniche, quase a cantar, pergunta pela sua revista. Pagou, disse uma graça, voltou-se rápido e para evitar o "El País" e o monte de revistas "Única" do "Expresso" que estavam no chão, acabou por me pisar. Fiz um passe de magia para evitar cair em cima das sobras do "Diário de Notícias" e ao ouvir a Dona Isabel se desculpar num I´m sorry! bem pronunciado. Retorqui. Não tem de quê!

Crepúsculo

terça-feira, 19 de agosto de 2008


Há medida que a idade vai avançando, sinto que regressaram alguns medos iguais àqueles que nos povoaram a nossa existência quando fomos crianças.

Além de cada vez ter mais medo de andar de avião e apesar de cantar Peniche, a verdade é que ainda não fui visitar as Berlengas, por receio de atravessar aquela parte do Atlântico, apesar de ter inteira confiança no alto profissionalismo dos tripulantes do barco "Avelar Pessoa", que em 4o minutos faz a travessia, às vezes contra ventos e marés que é de arrepiar. É como voltar à gesta quinhentista.

Dizem, contudo, que vale a pena o desembarque, porque as Berlengas é o contacto com a natureza em estado selvagem. Mas preciso de mais coragem. Ninguém é perfeito.



III - Crónica da Passagem dos Dias

Valorizar os Dias

terça-feira, 12 de agosto de 2008


Pode-se perguntar, o que fazemos aos dias despreocupados das férias? O que se faz para melhor passar o tempo. Ou melhor "matar" o tempo. Dou por mim, a passear no jardim das Caldas da Rainha, a dar de comida aos patos no enorme lago artificial. Claro que, dá-se um mergulho na Foz do Arelho. Prova-se a ginjinha em Óbidos e caminha-se junto ao molhe Leste, apreciando as ondas furiosas contra as rochas junto da Fortaleza. Á noite na esplanada do Oceano, aprende-se melhor a palavra "amigos de Peniche", e fala-se do comportamento dos patos das Caldas da Rainha e do aquecimento global. Ao som do hino da Maria da Fonte tocado pela banda da filarmónica local, assiste-se à abertura da feira do vinho no Bombarral. A prova dos vinhos em exposição fica para mais tarde, assim como a visita à Quinta das Cerejeiras, onde é produzido o néctar. Claro que, no dia seguinte dá-se um mergulho na praia da Alfarroba, depois de terminar a leitura de "Os Males da Existência" de António Sousa Homem. Valoriza-se o supérfluo, mas é altura de se rejeitar a televisão, as desgraças, e os negócios do Estado. Com o tempo vamos ficando mais leves e mais torrados e um pouco mais velhos. Só um pouco.

II - Crónica da Passagem dos Dias

Passagem dos Dias

terça-feira, 5 de agosto de 2008



Já lá vai o tempo em que passava horas a derreter o corpo ao sol no imenso areal. A olhar o mar e o seu horizonte. Hoje em dia estou menos exposto à obrigatoriedade de ter o tom bronzeado da pele. Isso já não me diz nada. O que continuo a apreciar é a sociabilidade na época balnear e a despreocupação dos dias. Sobretudo à noite numa esplanada em amena cavaqueira, com a família, amigos ou conhecidos de outras férias. Isso ainda é possível em Peniche. Os temas das conversas variam de ano para ano, conforme o que de mais relevante se passou nos noticiários da nossa televisão, durante as anteriores estações do ano. Os temas geralmente não são tratados ao pormenor e salta-se com facilidade de um para outro tema, no intervalo de um pedido de um cone recheado de gelado de apenas dois sabores. É o touch and go.

O mês de Julho é o melhor mês para se passar uns dias gloriosos de sol em Peniche. O Agosto é mais traiçoeiro, normalmente com as neblinas bem cedo e as nortadas por vezes a estragar o dia para a turba estendida no imenso areal. É nessa altura que os nossos amigos, uma vez convidados a passar uns dias connosco, perguntam espantados de como é possível escolher passar as férias na antiga ilha Pelágia, agora encostada ao continente, formando uma península, a cidade de Peniche.



I - Peniche - Crónica da Passagem dos Dias

Solto

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Cidadela de Peniche (foto tirada da praia do Baleal)

A partir de amanhã estou solto. Quem me quiser ver é na praia da Alfarroba e de tanga vestido, perto da Papoa com paisagem do Baleal em fundo.

Boas férias para todos.

Quinta dos Loridos

segunda-feira, 30 de junho de 2008




Impressionado com a destruição das estátuas de Buda no Afeganistão, pelos talibans - os libertadores da humanidade - Joe Berardo criou este enorme espaço de vegetação, árvores de sobreiros e carvalhos, um lago artificial, rodeado de inumeras estátuas de Buda e de outras divindades orientais.

A Quinta dos Loridos, fica a poucos kilómetros do Bombarral e é uma exposição a céu aberto. Boa ideia Joe!

«Não corro como corria
nem salto como saltava
mas vejo mais do que via
e sonho mais que sonhava»

Agostinho da Silva

Jogo Perdido

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Quando o amor é muito sublimado, sem razão aparente, normalmente, é um jogo perdido. Mas vamos ouvir a extraordinária voz de Amy Winehouse em Love is a Losing Game. Depois...depois descer à terra.


Scolari

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O futebol faz parte integrante da cultura de um povo. O português gosta particularmente do futebol e vive apaixonadamente tudo que se relaciona com ele, sobretudo quando está em jogo a selecção nacional. A questão, no entanto, não é para mim muito pacifica, embora goste também de assistir a uma boa partida de futebol. Não é pacifica, porque o futebol ao mais alto nível, perdeu a sua ingenuidade inicial, para se tornar presa fácil de uma concepção economicista do desporto, assente na lógica de investidores e empresários. Entretanto, o fan do futebol, aquele que o vive diariamente, continua agarrado à sua paixão, sem que se aperceba que faz parte integrante de um sistema globalizante de interesses, que tudo condiciona ultrapassando os nacionalismos e clubismos existentes, sem contudo, tirar qualquer proveito. A não ser ajudar a sua auto-estima, qual catarse colectiva.

Toda a gente ficou espantada com a decisão do seleccionador nacional, L.F. Scolari ter anunciado a sua saída da selecção das quinas para em breve cumprir um contrato super milionáro no clube inglês do Chelsea. Tudo isto numa fase crucial do europeu em que a selecção é parte interessada. Por isso, foi muito criticado o timing do anúncio daquela decisão. Mais interessante, é que segundo se sabe agora, no hotel da selecção passearam agentes nos corredores à procura de negociatas. Os alvos preferenciais são as figuras mais mediáticas do planeta do futebol e da selecção nacional e sobretudo a sua principal vedeta, o famoso nº. 7 C. Ronaldo.

Scolari faz bem em tratar da sua vidinha, mas o seu apelo à defesa dos seus atletas e aos interesses da selecção e ao seu "patriotismo" nunca me enganaram.

Scolari foi muito inteligente ao explorar as idiossincrasias do povo português e o contexto em que vivia na altura a selecção nacional. Encenou uma farsa - o caso das bandeirinhas nas janelas e o apego a Portugal - mas para seu proveito próprio. O que ganhou em termos desportivos? Nada. E desconfio que nada mais vai ganhar. E desculpem os meus visitantes da Luz itania pouco versados nestas coisas da ciência do futebol, o Felipão é um zero em termos tácticos, mas sim muito forte apenas no aspecto psicológico. Foi aqui que ele ganhou e enganou os mais incautos.

Não se enganem, esta gente anda toda a tratar da sua vidinha, desculpando-se com a alegria do povo e desta industria que faz movimentar milhões.

Circunscrever

quarta-feira, 28 de maio de 2008

A economia portuguesa não goza de boa saúde. As condições de vida agravam-se. O caso é sério. Alguns portugueses já vão de lancheira com o almoço para o trabalho. Já vi outros com a marmita abastecerem-se de sopa nos restaurantes. Constato menos automóveis a circular aqui na cidade de Almada. Entretanto, um dos putativos candidatos à liderança do maior partido da oposição, Patinha Antão, declara se for o eleito que vai baixar o IVA, IRS e o IRC., além de outros benefícios fiscais. Assim, sem mais nem menos. É caso para dizer, Ó Patinha Então?!

Dizem os americanos: We have George Bush, Stevie Wonder, Bob Hope and Johnny Cash. Respondem os portugueses: We have José Sócrates, No Wonder, No Hope and No Cash.

Com uma conjuntura difícil, sem uma política social credível e sem uma oposição apelativa, só podemos ter Sócrates e viver sem esperança e sem dinheiro.

O Benfica em Angola

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pois. Ficam a saber que sou adepto do Benfica, mas um adepto moderado e critico, e não fico nada frustrado com os seus insucessos desportivos nem exultando com os seus sucessos. Mas fiquei emocionado com a deslocação de uma delegação do SLB a uma missão católica de Luanda que alberga miúdos que ficaram extasiados com a presença dos seus ídolos. Já não gostei da oferta de uma camisola do clube da luz ao presidente daquele país, representante de uma classe política corrupta que nada têm feito para minorar o sofrimento das crianças e do povo angolano. Conheci bem aquela gente e aquelas maravilhosas crianças que ainda não esqueceram o que de melhor existe na Luzitânia. O desporto mesmo o de alta competição, serve também para dar um abraço de solidariedade para com aqueles que são alvo de injustiças e da cobiça dos seus representantes.

Sem assunto

sábado, 17 de maio de 2008

Costa da Caparica

Igualmente perdido no silêncio de uma cidade cheia de percursos acidentados, devido às obras do metro de superfície, e sem assunto, fui ver o mar.

"Shine a Light"

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Aproveitando a boleia dos preços mais baratos das segundas, fui ver o filme-concerto "Shine a Light" do realizador Martin Scorsese com os Rolling Stones.

Concerto atípico mais intimista e com um alinhamento de canções que não é habitual quando os Stones actuam em grandes estádios. Claro que lá está também "Jumping Jack Flash", "Start Me Up" e o sempre esperado "Satisfaction", mas também um momento extraordinário no "Champagne and Reefer" com o "bluesman" Buddy Guy.

A montagem é excelente, sendo curioso nos intervalos de algumas canções momentos de entrevistas antigas dos membros do grupo, em que se denota uma certa timidez nas reacções e o rídiculo de algumas perguntas da imprensa da época. Os Stones eram aves exóticas numa sociedade ainda muita conservadora - inicio dos anos sessenta - e que dava um gozo especial chocar as mentalidades.

Martin Scorsese o realizador que melhor sabe retratar e filmar Nova Iorque, não podia de deixar terminar o filme-concerto com um grande plano da cidade.

Lembrei-me do plano final do magnifico "Gangs de Nova Iorque".


Livros de Bolso

segunda-feira, 5 de maio de 2008















Um costume que está agora a generalizar-se, graças à editora D.Quixote, é a publicação de excelentes obras em formato de bolso. Uma prática já há muito enraizada no estrangeiro e que tardava aparecer por cá. São edições mais baratas e de bons autores e que se transporta facilmente e que pode ser lido em qualquer lado. Esta colecção chama-se Biblioteca de Autor e além deste "Sapho" de Alphonse Daudet, podemos encontrar, "Os Versículos Satânicos" de Salman Rushdie, "Memória de Elefante" de A. Lobo Antunes, entre outros.

Este "Sapho" que li numa penada em apenas dois dias, é um livro com uma história muito interessante e muito bem escrito de um autor que me surpreendeu.

É claro que também comprei "Os Versículos Satânicos", que se encontrava na minha lista de prioridades há bastante tempo.

O Homem sem Qualidades

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Acreditem que não fui este fim-de-semana ao Estoril Open. Não tenho por hábito ir ao futebol. Nas férias não jogo golfe. Causa-me impressão e não estou minimamente preparado para discursos perante grandes auditórios. Não sou jurista e a contabilidade aborrece-me todos os dias. Os cálculos e as engenharias sempre foram para mim motivo de estados febris e de inanição. E, como não estou disposto a sacrificar as minhas dúvidas sobre o republicanismo vigente, convicções e amor- próprio por um cargo, declaro que não irei candidatar-me a presidente do PSD.

Alentejo

quarta-feira, 16 de abril de 2008


Além do Tejo é a extensão do alento. Quilómetros de estradas sem fim, agora com os campos cobertos de uma verdura de várias matizes. Aqui e ali o amarelo, o branco, o purpura, o vermelho das papoilas e o castanho da terra. Mais do que sentir a sensação de um passeio pelo Alentejo, quem passar por estas terras tem que meditar. E como diz o poeta que, nada haja de mais expressivo do que o limite nítido entre a intimidade do homem e a integridade do ambiente.

Percorrido e visitado Alcácer do Sal, encontramos a pequena aldeia de Santa Susana com suas casas brancas e azuis, a caminho de Santiago do Escoural. É no silêncio da paisagem que se enche a alma, mantendo através dos tempos essas características inconfundíveis das terras alentejanas.

Em Santiago pequena aldeia com suas ruas estreitas, os arcos, as silharias, as abóbadas e os coruchéus das suas casas, os pequenos largos, os sabores dos seus vinhos, a açorda de coentro, na casa típica do Manuel Azinheirinha, sentir assim, fora do nosso quotidiano, são sensações únicas.

Árvores

segunda-feira, 14 de abril de 2008





Arredores de Alcácer do Sal
hoje pela tarde

Música

terça-feira, 8 de abril de 2008

Gosto muito de música. Oiço com frequência principalmente nestes dias sombrios e de chuva que se faz sentir. Não podia viver sem ela. É uma antiga paixão. Aprecio todo o tipo de música, excepto a chamada música "pimba". E até acho natural que determinados artistas desta área consigam esgotar o pavilhão Atlântico. Claro que gostos não se discutem, estudam-se. A meu ver este fenómeno, por exemplo de Tony Carreira, é um caso de estudo. É no sector feminino onde este artista encontra maior eco. É possível verificar isso, no chamado clube de fans e nos concertos. É um público que guarda religiosamente todas as fotos e cassetes e vai a todos os concertos e sessões de autógrafos do artista. Assim como os consumidores de novelas e de revistas cor-de-rosa, este público pretende rever-se nestas personagens construídas para seu deleite. Sonham um dia, ser como elas. Viverem um amor assim. Viverem numa casa assim. São sobretudo, mulheres mal amadas, com vidas difíceis e não consentâneas com a vida que julgam que essas personagens possuem. É este sítio da psique destas pessoas que estes fenómenos entram facilmente. Trata-se de uma catarse. Julgo que essas pessoas jamais apreciam a beleza e a arte de um bom poema cantado ou de uma melodia bem construída ao ponto de nos emocionar, tal como, Brel ou Bach, Dylan ou Mozart. Leonard Cohen ou Wagner. Gostos não se discutem, estudam-se.

Abril com O´Neill

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Auto-Retrato

O´Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omita-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada...)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O´Neill!)
e tem veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
Mas sofre de ternura, bebe de mais e ri-se
do que neste soneto sobre si disse...

Alexandre O´Neill

Tibete

segunda-feira, 31 de março de 2008


O domínio da China desta região remonta ao ano de 1950. O Tibete país com uma cultura milenar, sofre hoje uma das maiores opressões que um povo pode sofrer. A perda da sua própria identidade. Calcula-se que entre os anos de 1991 e 1993 uma centena de religiosas por ano que fugiram do regime opressor de Pequim.

Dizem que as pessoas de Khan são as mais pacíficas. É a província tibetana que foi absorvida pelos chineses, deixando pura e simplesmente de existir. A jovem Zhuan era natural desta região do leste.

Ao completar 19 anos deslocou-se pela primeira vez a Lassa, capital do Tibete. A cidade revelava-se triste, cinzenta, esvaziada da sua substância espiritual. Em contraste com o que seus avós lhe tinham transmitido. Zhuan estava determinada a entrar para um mosteiro, para estudar, e estar mais perto do seu guia espiritual e da religião que os seus ancestrais lhe tinham ensinado, o budismo. A sua entrada para o principal mosteiro foi difícil, esperando 1 ano depois de várias insistências e de muitas atribulações. Em 199o numa manhã, num local previamente combinado , juntamente com outras religiosas e uma centena de peregrinos, participa na primeira grande manifestação pública contra as autoridades chinesas. É presa, enviada para a penitenciária de Gutsa, onde sofre os tormentos dos interrogatórios, da tortura e da fome. Julgada e sentenciada, passa os dois anos seguintes presa. Conjuntamente com outras religiosas, resolve comprar os serviços de um "passador" e sair clandestinamente do Tibete. O destino será a Índia, para finalmente ser recebida pelo seu guia político e espiritual, Dalai Lama em Dharamsala. A viagem acidentada demorou cerca de vinte dias entre muitos sacrifícios. Mas valeu a pena. Apenas um pensamento ao chegar lhe ocupava os seus primeiros dias. O ter deixado o seu povo, os seus pais, a sua cultura. Um dia haveria de voltar.


Toda a felicidade que existe no mundo
nasceu inteiramente do desejo do bem dos outros

Toda a infelicidade que existe nasceu
do egoísmo

Preceito budista

Trailer

sexta-feira, 28 de março de 2008


Telefonou-me ontem,
quebrando a minha rotina,
dos recentes tempos de invernia.
Disse que amava o Mestre,
que lhe ensinou,
que ainda havia de me amar.
Por isso me procurou no meu abrigo.
Disse-me que adorava os ensinamentos Zen,
os deslumbrantes Himalaias,
os versos do Leonard Cohen,
o verão de 68,
o Give a little bit dos Supertramp,
as noites do Chelsea Hotel,
o champanhe no dia 6 de Novembro,
das minhas boas causas,
blá, blá, blá, blá, blá.
Disse-me que tinha mudado,
mas os meus braços são difíceis de abrir.
Agora tudo perdeu o seu encanto.
Um dia também temos que morrer.
E tal como numa noite escura,
num cinema de reprise,
as luzes do écran se apagaram lentamente.
The End


Janela Indiscreta

terça-feira, 25 de março de 2008


Devido a uma arreliadora constipação, ontem estive retido no sofá, coberto de mantas e de atenções, onde tive a oportunidade e a paciência de absorver tudo o que se passava na janela mágica que é a nossa tv. Vi pela negativa...para observar até onde aquilo chegava, os programas da manhã da tvi e sic. Francamente, não sei como classificar o que vi. Tele-lixo, infantilidade. Não sei. Mas sei que há pessoas que gostam. Existe público para todo o tipo de voyeurismo. Compreendo a atitude imbecil dos apresentadores e convidados, sempre a rir, tornando a merda mais bonita.

Estes programas é o arquétipo de ideias de que, a vida é mesmo assim. Alegre e risonha, feliz e galhofeira, servida em pratos "Vista Alegre", por gente bonita e despretensiosa. Há pessoas que acreditam neste mundo do faz-de-conta. Mas, que tem custos lá isso tem. Estou-me a lembrar, por exemplo, do nivelamento por baixo que é feita a nossa cultura para as "massas". Depois não se queixem.

Evitem estes males e sobretudo constipações.

quarta-feira, 19 de março de 2008


Fecho a minha loja por uns dias para limpeza geral.



Desejo a todos os meus visitantes e amigos UMA BOA PÁSCOA

Big Brother

quinta-feira, 13 de março de 2008

Oiço constantemente palavras de pessoas que possivelmente me querem bem. Que me dão conselhos e como devo proceder. Que se importam com a minha saúde e com os meus gastos. Que me querem ver feliz...definitivamente. Oiço palavras muito profundas de gente que me oferecem um mundo sem guerras e sem dor. Um caminho de luz, mas completamente controlado por eles. Bom, o diabo também tem um plano para me oferecer.

Identificação de uma Mulher

sábado, 8 de março de 2008

Depois de breves momentos de silêncio no meu quarto, comecei a lembrar aquela mulher. Já esqueci o seu nome. Que importa agora o nome. Não era bonita. Passava completamente despercebida a um homem na rua. Era daquelas mulheres encantadoras, de voz doce e gestos simples. Muito instável. Não consegui descobrir algo do seu passado. Mulher enigmática que vivia só no presente. Não sei se a amei. Também não sei se ela me amava. Também isso agora pouco importa. Sei que ela foi o meu diamante por lapidar. Mulher que deixa marcas. Há mulheres assim. Que por demais definições, nos reforça a ideia que não vale a pena tentar compreender uma mulher.

Política

terça-feira, 4 de março de 2008

É raro escrever sobre política, mas vou hoje abrir uma excepção não desenvolvendo nada de especial sobre a nossa actualidade.

Em princípio todos nós aceitamos toda a acção da causa pública como um acto nobre. Trabalhar para o bem comum, para o desenvolvimento integral do ser humano. Todos aspiramos nas pessoas (políticos) que elegemos, a defesa de determinados valores, de justiça, de igualdade, desenvolvimento integral do ser humano. Chama-se a isso humanismo. Nem sempre, isso acontece, pois outros valores se tem levantado. No caso especial do país, o desencanto é enorme. A descrença nos políticos e nos partidos políticos atinge todas as classes sociais. Poderemos até dizer que este sistema (Parlamentar) não funciona. Eu até acho, que sim, já não funciona. Por isso, de vez em quando surgem notícias de tentativas de cidadãos com a decisão de criarem novos partidos. Hoje, foi noticiado a criação, para breve de um novo, o Movimento Esperança Portugal, cujo seu mentor, Rui Marques, antigo alto-comissário para a Imigração e Diálogo Inter-Cultural, afirma que o MEP, se deverá situar entre o PS e o PSD, portanto no centro do espectro político. E tratar-se de um movimento defensor dos valores humanistas. E aqui é que me fez pensar nestas minhas palavras e de ter vontade de fazer este post. Então em princípio não seremos nós todos humanistas? E os partidos políticos, existentes não possuem eles todos uma componente humanista? Não foi para o bem comum que eles foram fundados?

Lamento dizer, mas com este status existente, a criação de novos partidos políticos nada vem resolver, porque o mal é do próprio sistema. E como o porta-voz já insinuou que o MEP não é anti-sistema, fico na expectativa e pergunto, qual será a vantagem de mais um partido político numa área do centro, pró-sistema, embora humanista, é evidente.

Tomorrow Never Knows

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Não vou mencionar as seis canções que me marcaram, conforme sugestão da Ahlka. Vou apenas mencionar uma que, na altura da minha adolescência me causou uma impressão considerável. Tomorrow Never Knows, de John Lennon e Paul McCartney.

*

Desliga a mente, acalma-te e flutua com a corrente,
Não se trata de morrer, não se trata de morrer
Deixa o pensamento entrar no vazio
Ele brilha, ele brilha.
Para que vejas o significado do interior
Ele fala, ele fala
E que o amor é tudo e o amor são todos
Isso sabe-se, isso sabe-se.
Quando a ignorância e a pressa chorarem os mortos
Acredita-se, acredita-se
Mas ouve a cor dos teus sonhos
Não é viver, não é viver
Ou joga o jogo vida até ao fim
Desde o princípio, desde o princípio
Desde o princípio

*
Dedico este vídeo precisamente à autora da sugestão



Diz o que andas a ler

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Comecei este fim-de-semana a ler Mort, um livrinho com uma capa que é uma delícia, cujo autor, o inglês Terry Pratchett, ficou famoso pelas suas histórias cheias de fantasia e humor editada pela série Discworld. Os seus livros já foram editados e traduzidos para mais de 25 países. O seu sucesso comercial só é equiparado a J.K. Rowling a autora de Harry Potter. Desconhecia completamente este autor, e ao comprar fui seduzido pela capa e pelo seu formato de bolso. Depois de uma investida na net, constatei a semelhança tipo fantasia com Harry Potter, mas para as histórias de Terry o humor e o sarcasmo estão presentes.



Talvez me convença depois de ler este Mort a perder as minhas resistências a comprar Harry Potter.

O Ser Humano

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

«O fim da vida é o desenvolvimento pessoal. Chegar a uma perfeita realização de sua natureza - é para isso que estamos aqui.» Oscar Wilde.

Porque é um ser improvável. Em princípio ele não acredita no bem. Porque se conhece. Porque está bem informado de si. Aquilo que recebe, os hábitos, educação, as contingências do meio social, não explicam o absurdo de si.

Blogosfera

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Depois de uma viagem pelo mundo da blogosfera extrai estas pérolas para meditar:

«Está bem, está na altura de acordar, mas como é que se pode acordar quando toda a gente quer continuar a sonhar? Abrupto.

«Apetece-me sempre ser outro, e esse também não.» Acho Eu.

«Educai as crianças e não será preciso castigar os homens» Lavoura Blog

Homens
«Os mais interessantes ou estão ocupados ou são gays» Diário de uma divorciada. Comentário meu...eu logo vi!

«Eu abro tantas excepções aquilo em que acredito que já nem sei em que acredito. Deusa do Lar. Atribuido a Scofield.

Para mim o melhor:
«A blogosfera está cada vez mais pobre, desorientada, maledicente, cinzenta, desinteressante, feia e triste. Lembra-me qualquer coisa... Ah!, já sei: Portugal. A Torre de Ramirez.

Enfim!...uns tristes e melancólicos, outros muito filosóficos e arrebatados, com humor à mistura. Um universo de estados de alma. Aliás, como convém.


Refúgio

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008


Sábado, 17:30 (Forte de Peniche)

Sábado, 17:40 (Remédios)

Sábado, 17:50 (Cabo Carvoeiro)


Quando estou
junto ao mar,
uma voz
me chama das profundezas.
Sinto
a minha pequenez
e o imenso da Criação.
Parece que foi ontem...
E já a sombra do espantalho!

(Victor Ferreira)

O Dia do Regicídio

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Na ausência de um boletim meteorológico, curiosa é a descrição do dia 1 de Fevereiro de 1908 no Terreiro do Paço, feito pelos contemporâneos, conforme o ângulo de visão e de diferentes perspectivas políticas.

Raúl Brandão "tarde azul, morna, diáfana, nem uma nuvem" . Jorge de Abreu "a impressão de que a atmosfera, excessivamente carregada, por força desabaria em medonha tempestade". António Cabral "O sol jorrava luz vivíssima sobre Lisboa, alagando de claridade as ruas e as praças. O Tejo faiscava, como se no dorso das águas fosse correndo ouro derretido" Fabrício de Lemos, um dos regicidas "O amarelo sujo dos edifícios tornara-se mais lívido à luz indecisa e triste do dia invernoso e húmido; e as árvores raquíticas que guarneciam a praça estendiam tristemente os galhos despojados como espectros gotejando. Do Tejo, sombrio e agitado, cor de chumbo, vinham grandes lufadas de vento glacial, parecendo trazer consigo gemidos e ameaças. As gaivotas pardacentas voavam baixas, piando sinistramente no grande silêncio. Nuvens loucas cor de fuligem esfarrapam-se no espaço opaco, correndo baixas e ameaçadoras" Rocha Martins "dealbava a manhã um pouco nublada mas suavizara-se, enchera-se de alegre sol, num precoce encanto da estação; a cidade estava loira de sol e as gaivotas desequilibravam voos, como tontas pela intensa luz".

Fonte: Regicidio, A Contagem Decrescente de Jorge Morais (Editora, Zéfiro)

Agente 007 e o "Caso das Calorias de Braga"

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008




O agente secreto... muito secreto, James Bah, entrou no escritório, onde miss Lili, uma loira apelativa, ia descrevendo uma série de parábolas que, até era capaz de provocar uma paragem cardíaca a um esquilo, lhe disse - Tem que se deslocar a Braga, onde temos informações sobre uma série de mortes provocadas por obesidade excessiva. Calcula-se de um pasteleiro com menos escrúpulos.

Com todo o seu aparato, lá partiu ainda de noite. Com medo que lhe faltasse a luz eléctrica, levou uma lâmpada a pilhas para alumiar o caminho. Já em Braga e sem percalços, procurou emprego no Serviço Nacional, para se disfarçar e melhor penetrar no mundo da doçaria. O que foi conseguido na "Casa dos Arcebispos", uma pastelaria fina com fabrico próprio, dos proprietários irmãos Marx. Depois de picar o ponto e de ser apresentado ao chefe dos pasteleiros, começou logo a meter a mão na massa, bem instalado na secção de folhados. Mas antes conversou calmamente com os dois irmãos (um gordo, tal como uma bola de Berlim e o outro fino como um palito). Ia substituir o Diamantino, que morrera na véspera atacado de histeria proveniente da diabetes.

No final de dois dias de intenso trabalho e de intensas meditações sobre o local, descansou no "Hotel Avé Maria" onde elaborou um relatório proveniente das suas investigações, que enviou para a Agência.

Foi chamado a Lisboa, já com todo o aparato jornalístico à perna, onde na Agência, miss Lili que continha no seu peito um bruto decote e o processo de Braga, lhe perguntou quem era o responsável pelo incremento da estranha obesidade dos cidadãos de Braga, e por consequência a causa de tantas mortes. Elementar, miss Lili. O Marx mais fininho - Porquê, James Bah? Ora miss Lili. Nunca ouviu dizer, o que não mata engorda!

Marx, o fininho, encontra-se em prisão preventiva, tendo sida constituída arguida, a senhora das Resteas de Sol, por enganar as suas amigas com a divulgação de receitas perigosas para a saúde no mundo da blogosfera e ser uma feroz consumidora de trouxas de ovos. Arrisca-se também a ir ver a Torre de Belém aos quadradinhos.

Miss Lili, entretanto, está outra vez grávida, de um novo-rico proprietário de peles de carneiro. Enquanto que, Bah ou melhor James Bah, abriu no Sameiro um negócio de hóstias, que está a resultar bem.