RSS

Boas Festas

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008


O Meu presépio feito em gres que adquiri numa casa de artesanato em Vila Nova de Cerveira. A cor da foto e das imagens, foi conseguida com as luzes da sala completamente apagadas.

Desejo a todos os meus visitantes e amigos um Natal Feliz e um Novo Ano de 2009 com muita prosperidade.

SG Ventil

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008


Pessoalmente um dos factos mais importantes deste ano que passou foi que, devido a uma crise no verão em plenas férias a que fui acometido e a conselho médico, que devia deixar de fumar. O êxito é total. Mas tenho muitas saudades.

Crise
é também umas das palavras mais ouvidas neste ano a propósito de tudo e de nada. Tudo serve para a utilizar até como desculpa de mau pagador. Ela anda de boca em boca e que serve às mil maravilhas para os políticos quer estejam no governo ou na oposição para justificar o regabofe que vai nas suas hostes e no país. Mas então é caso novo? Não estará o regime em crise desde o 25 de Abril de 1974!?

Enquanto se Espera

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Há, sim senhor!

Há um Portugal sério, um Portugal que trabalha, que estuda; curioso, atento e honrado! Há um Portugal verdadeiro que não perde o seu tempo com inimigos fantásticos e cujo único desejo é apenas e grandemente ser Ele próprio! Há um Portugal, o único que deve haver e que afinal é o único que não anda por causa dos vários Portugais inventados de todos os lados de Portugal! Há um Portugal profissionalista, civil e insubornável! Há, sim senhores! Mas entretanto...
Entretanto, a nossa querida terra está cheia de manhosos, de manhosos e de manhosos, e de mais manhosos. E numa terra de manhosos não se pode chegar senão a falsos prestígios. É o que há mais agora por aí em Portugal: os falsos prestígios.
E vai-se dizer de quem é a culpa de haver manhosos e falsos prestígios: a culpa é nossa, e só nossa!

José de Almada Negreiros In Diário de Lisboa
de 3 de Novembro de 19
33

*


Um banco


Há quem diga que apesar da actual crise financeira ainda o melhor negócio e o mais seguro é a fundação de um banco. Acredito!


Manoel de Oliveira

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Integrado na homenagem pelo seu trabalho e por ter atingido a provecta idade de 100 anos, a RTP transmitiu ontem à noite o seu último filme, Cristóvão Colombo - O Enigma.
Confesso que não sou um grande admirador da sua obra, mas também não o considero um chato, que os seus filmes são muito parados, ou que façam sono.
Para um intelectual, talvez o considerem um génio. Para outros um realizador difícil, agarrado a uma estética cinematográfica ultrapassada.
Para mim, Manoel de Oliveira podia ser o Ingmar Bergman da Luzitânia, descontando a extraordinária aceitação nos círculos intelectuais da Europa onde goza de grande consideração. O que é um exagero. O realizador sueco tem maior consenso a nível Mundial, cujo os seus filmes são muito mais acessíveis para o grande público. O problema está na maneira de fazer cinema e depois tem outro contra é...português.
Conheço melhor a obra de Bergman.
Mesmo assim dos filmes que vi de Manoel de Oliveira, gostei do Monte Abraão, A Caixa e o inesquecível Aniki-Bobó.

Algarve Revisitado

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Monte Gordo

O actual Algarve de betão já não é o que eu conheci nos tempos da minha adolescência nos dias despreocupados das férias grandes.
A harmonia da paisagem, os aromas doces das noites de céu estrelado, a luz intensa das manhãs a incidir sobre as casas brancas, ainda é possível observar, além do sentimento telúrico que ainda se pressente nas pessoas... apesar da invasão estrangeira.


Praia dos estudantes (Lagos)

[...Não, eu não consigo ver o Algarve senão como a miragem dum céu deste mundo, sem nenhum dos atavios que aviltam a condição dum céu] Miguel Torga


Biografia Imperfeita

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


Nasci em 1949 no seio de uma família humilde, numa aldeia com casas de xisto lá por Trás-os-Montes rodeado de pastos verdejantes e um ribeiro à cintura. Como homem do campo andava sempre a pé. Só às vezes é que andava a cavalo num burro, mas isso era só às quartas e quintas. Muito moço passava os dias a passear as ovelhas e o porco-do-meu-pai naqueles pastos verdejantes. À noite sonhava com a Virgem, porque na aldeia havia poucas ou nenhumas. Suponho que emigraram para França. Herdei, está bom de ver, o empenho e a devoção às causas místicas da parte da minha humilde mãe. O meu pai era um militante comunista com actividade clandestina entre congressos. Desejava que eu me realizasse como engenheiro agrónomo, o que não aconteceu. Mais tarde casei com a Maria de Jesus que ainda era minha prima e ás vezes minha irmã, e só quando lhe convinha é que era minha mulher. Confesso que nunca dormi com ela. Fugi para Lisboa, depois de matar os meus pais como foi noticiado dramaticamente e levado à cena num teatro e passei a frequentar a noite lisboeta. Ia todos os dias ao Ritz-Clube onde conheci a intelectualidade anti-regime. Fiz uns sonetos publicados e dedicados à minha segunda mulher, mas a maior obra de folgo e de arremesso foi o ensaio "Que Fazer, com esta gente da Esquerda?". Ainda tive tempo de tirar a 4ª. classe na Machado de Castro e dali até ao jornalismo foi um pulo. Penso fazer uma plástica para retirar aquele meu "ar" rural que ainda sou possuído e ficar bem na moldura do tempo e que, assim, possa perpetuar a minha rápida ascensão social que sem o 25 de Abril de 74, e os valores democráticos e fiel seguidor da doutrina de Francisco Sá Carneiro não seria possível. Se Deus me der mais anos de vida penso um dia regressar triunfante a Trás-os-Montes.


***

Termino aqui a galeria de tipos esquisitos que vos apresentei e qualquer relação com pessoas, factos ou bens conhecidos, não é da inteira responsabilidade do autor. E não desperdiço a ideia de arrumar uns dias de férias no Algarve até segunda-feira.
Um grande fim-de-semana para todos.


Suicídário

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Disse alguém: Não sei o que é a consciência de um canalha, mas o coração de um homem honesto é horrível.

Sempre fui muito arrumado nas minhas ideias. Na minha profissão, guardo a recordação de ter ensinado muitas pessoas com especulações desinteressantes. Por outro lado fui vitima da minha própria família. Nunca me disseram a verdade, isto apesar de declararem que só queriam o meu bem.
Por causa daquela história que o dinheiro é tudo e nos traz a felicidade, tornei-me um tipo esquisito e insuportável. Uma pessoa extremamente egoísta. Atitude que me iria causar grande sofrimento.
Levei muito tempo a discorrer que a vida social é uma mentira. E, por tudo o mais que não relatarei para não vos maçar, resolvi suicidar-me. Ainda pensei isolar-me para uma casa de campo e levar os meus livros e discos para repensar melhor. Mas tive receio que tivessem pena de mim e me fossem buscar para depois me internarem num lar de idosos, para melhor morrer de tédio e de frio.
Eu sei que vão pensar muito mal de mim. Mas não quero saber dos julgamentos dos outros, principalmente por pessoas pouco inteligentes e igualmente infelizes, mas sobretudo loucas tal como eu. Os espertos são aqueles que levam a vida a rir das loucuras dos outros.