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Em 2008

terça-feira, 31 de março de 2009


Ficámos a saber:

OS ÚNICOS CASINOS QUE DÃO PREJUIZO...SÃO OS BANCOS!


Dia Mundial do Teatro

sexta-feira, 27 de março de 2009


Sou um grande admirador da Companhia de Teatro Cornucópia.

Ia muitas vezes assistir aos seus excelentes espectáculos. Já há muito tempo que não vou, embora tenha visto outras representações teatrais em Almada no Teatro Municipal.

Conhecia um actor que fazia parte do elenco da companhia do Luís Miguel Cintra, que nos finais dos anos 80 representava a figura de Otelo na conhecida peça de William Shakespeare. Fui acompanhado e no final do espectáculo decidi cumprimentar o actor, pelo que sugeri à pessoa que estava comigo que me acompanhasse naquela minha ideia, o que foi negado. Retorqui. Porque é que não queres ir comigo? A resposta é fantástica. Porque iria para casa e perder a fantasia daquela personagem, que agora de calças jeans e de t-shirt iria estar ali à minha frente.


Vidas

terça-feira, 24 de março de 2009

Quase toda a gente do bairro da Ajuda conhecia o senhor Manuel da barbearia. Pessoa simples, amigo do seu amigo, o senhor Manuel tinha sempre uma palavra simpática e desculpabilizante, até para os actos mais irreflectidos da sua clientela mais difícil. Era ali que se falava entre o corte de uma trunfa e uma barba escanhoada, das grandes tragédias nacionais e internacionais. Homem culto apenas de sua experiência vivida, era um confesso admirador de Salazar, criador do Estado Novo, repressor de republicanos, maçónicos, comunistas, anarco-sindicalistas, principais responsáveis pela desordem reinante na I república. Nunca enjeitava de falar e ajuizar com conhecimento sobre os acontecimentos mais marcantes da vida do país e sobretudo na morte do rei D. Carlos , que muito o sensibilizou e do seu filho o príncipe Luis Filipe. Tenho a certeza, porque foi minha mãe que me contou, que aquele episódio marcou decisivamente o que iria ser o meu nome próprio. O Sr. Manuel era o meu avô.

A 2ª. Visão

sexta-feira, 20 de março de 2009

No meu último post "Manifestações", que se reportava ao nosso crónico e absurdo modo existencial, deixei-me levar por um estado de alma momentâneo que não aproveita de maneira nenhuma a forma descontraída e sem tibiezas dos visitantes do Luz.itânia, por isso vou fugir prá frente, deixar-me de merdas filosóficas e escrever nas paredes da vida:

Não podes deitar-te com todas as mulheres do mundo, mas deves fazer um esforço. (do livro de crónicas de A. Lobo Antunes)


Um grande fim-de-semana.

Manifestações

terça-feira, 17 de março de 2009

A vida é tão breve
Será que a vivemos,
ou não passa tudo de um sonho, de uma ilusão.
Faço a pergunta.

*
Nascemos, crescemos, morremos. Mas não devia ser assim. Não devia ser só isto. Existe muita perversidade nesta coisa feita. O pior é que as pessoas deixam-se levar e um dia se resignam a perecer. Para quê tanto investimento pessoal? Tanto ardor na defesa de tantas convicções? Um dia morre-se. Não é justo.
*
Sou um fóssil vivo
É Inverno
Verão sonho de caracol
Oceano Pacífico
Sou um fóssil vivo
De regresso
à calma da pedra,
até que o musgo
cresça em meus lábios.

Victor Ferreira


*
Que é o meu nada, comparado ao horror que vos espera?
(Vidas, Iluminações Uma Cerveja no inferno, Rimbaud

Rotinas

segunda-feira, 9 de março de 2009


Uma das grandes conquistas dos trabalhadores foram o direito às suas férias. Uma grande invenção para tornar os trabalhadores mais saudáveis e preparados para um novo ciclo de rotinas. Mas não há bela sem o senão.

Hoje há especialistas para melhor programar as nossas férias. Tudo é concebido até ao mais pequeno detalhe. Está tudo inventado para nos deixar mais ocupados para não haver direito à nossa ociosidade. São as visitas guiadas a museus, o ténis, o golfe, as caminhadas a pé e a cavalo, os concertos de música popular e os arraiais. Para além do imenso que fazer com a preparação dos farnéis para as rotinas da praia.

Há quem diga que as férias assim dão muito trabalho e que o melhor, é contratar uma cozinheira, uma empregada de limpeza e uma ama e ficar em casa num luxo e sossego absoluto.


Cinema

quarta-feira, 4 de março de 2009


Para terminar a minha lista de prazeres confessáveis, dependências e obsessões, vou aqui reportar um dos meus antigos amores, eis o cinema.

Desde pequeno, porque lá nisso a minha mãe também era grande cinéfila, que ela procurou me educar e penetrar nos meandros da chamada sétima arte.

A minha primeira incursão na magia das figuras da sala escura, foi no Édan (hoje parece-me que é um hotel) nos Restauradores. O filme era o Tarzan, O Homem Macaco, com o Johnny Weissmuller e a Maureen O' Sullivan.

Na minha adolescência ia quase todos os dias ao cinema e onde aprendi a gostar do cinema europeu. Na altura o cinema italiano com o neo-realismo e o cinema francês com a nouvelle vague dava cartas. Não esquecendo o cinema inglês, evidentemente. Claro que acho o cinema americano como arte e de fazer indústria que é o melhor, mas o cinema europeu fala a linguagem de qualquer europeu.

Vem tudo isto a propósito de falar de um dos meus prazeres e de ter visto esta semana o filme de Cédric Klapisch, Paris. Uma história de diversas histórias de acontecimentos que se cruzam no dramatismo de diversas vidas na bela cidade de Paris. A emigração, a sida e as relações liberais de jovens casais, os desencontros de famílias, o desemprego e o afundar da classe média. Conhecido, não!?

O melhor do cinema europeu. Um prazer a revisitar.