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Conversação Pendente

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Para todos os visitantes assíduos do luzitânia, declaro a nossa conversação pendente. Espero voltar para o ano , com novo visual e tópicos mais apelativos. Neste balanço da minha participação deste mundo da blogesfera, digo-vos que tive a oportunidade de conhecer pessoas muito interessantes, embora de forma virtual, com suas diferentes maneiras de estar na vida que muito me tem enriquecido.

Não queria deixar passar esta oportunidade para desejar a todos UM FELIZ NATAL e um BOM ANO NOVO.

Q.C.C.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Fui estudante, soldado e minimalista de café (...Abraçar uma filosofia de vida minimalista sem pôr realmente em prática qualquer dos seus dogmas). Já tive um trabalho e sempre achei um desperdício de tempo levantar-me cedo da cama. Já tive muitos amigos. Hoje a lista está reduzida. Faço o culto da sozinhez (...necessidade de autonomia a todo o custo, com frequência a expensas de relações duradouras. Desencadeado muitas vezes pelas expectativas exageradas por terceiros). Vivo na cidade mas gostava de viver no campo. Apresento-me de cabelo grisalho, mas reparo que ainda faço as mulheres se voltarem para trás. Q.C.C. Que Chatice do Caraças.

Livros

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Não tenho dúvidas quanto à afirmação de Bernardo de Claraval (séc. XII) que se aprende mais nas florestas que nos livros. Adianto mais, muito se aprende com a experiência da vida. Porque nós somos seres interactivos, assim tudo o que recebemos está inscrito nas pedras, plantas, estrelas e nos animais. Assim como nós projectamos de igual modo o nosso ser para esses outros seres.

Os livros ajudam-nos a reflectir e a descobrir a anterior relevância anteriormente descrita. Com uma advertência feita por Ortega «...a obra de caridade mais própria do nosso tempo é não publicar livros supérfluos»

Natal

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O Natal é a festa das lágrimas para todos aqueles para quem ele não é a festa da inexperiência. Ramalho Ortigão

Outono

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Manhã húmida e nevoeiro intenso neste dia de Dezembro. Abandonei-me a ele e deixei seguir os meus pensamentos, emoções e memórias. As árvores, as silhuetas, as folhas caídas. O estranho instante da objectiva. Não sei que estranho e oculto desejo que me queria revelar.


Jardim de Almada às 9 horas

Ser sensível ao que se quer revelar e ser só a sua revelação. E o mundo existir, porque o revelou. E é tudo. Vergílio Ferreira


Nostalgia por Decreto

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Forçar um grupo de pessoas a terem recordações que na realidade não possuem: «Como é que eu posso pertencer à geração de sessenta se não me lembro de nada disso?» Douglas Coupland

Lembro-me de uma conversa recente com meu filho (23 anos) e de eu lhe ter dito da necessidade que ele tinha para melhor compreender o presente, de se voltar para o passado, nomeadamente de se interessar pelos anos sessenta, onde aconteceram coisas muito importantes. Estávamos a conversar, sobre música, cinema e de valores da época. A resposta veio logo a seguir. Quero lá saber dos Beatles, do Fellini, do Kerouac e da Pop-Art. Para mim, interessa-me o que aconteceu a partir de 84.

1º. de Dezembro de 1640

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Quem é que não gosta de ver um rapaz que tem o sangue na guelra, e que se atira assim. A flor da fidalguia portuguesa ali morreu. Outros ficaram prisioneiros. Os soldados fugiram. D. Sebastião desapareceu e não deixou descendentes. No meio do caos sucedeu-lhe seu tio, o cardeal D. Henrique que não era pessoa esperta. Perdeu-se Portugal. Quem se aproveitou da desgraça foram os espanhóis sob a batuta de Filipe I, segundo de Espanha. O que ganhámos em estarmos juntos com a Espanha? Foi termos à perna os ingleses e os holandeses. Os fidalgos, em Lisboa, sentiam-se cada vez mais dispostos a mandar os espanhóis para o diabo. Corria uma onda de protestos e uma imprensa clandestina que clamava pelo duque de Bragança, D. João. Com Filipe III que nomeara para seu primeiro-ministro, o conde-duque de Olivares, que imaginou que havia de acabar com os privilégios das províncias, principalmente com os de Portugal no Brasil, nomeou a duqueza de Mantua, e para secretário do governo um português, Miguel de Vasconcelos, que era um bom velhaco, principalmente para os seus compatriotas. A revolta generaliza-se e a conspiração protagonizada por João Pinto Ribeiro e de D. Antão de Almada sai à rua. Morto Miguel de Vasconcelos, desarmam a guarda, abrem as janelas e dão vivas ao duque de Bragança, rei de Portugal e ao sr. D. João IV. Parecia que o país não tinha feito senão acordar de um pesadelo.

Numa altura em que andam prái muitos Migueis de Vasconcelos travestidos de democratas olhando só para os seus próprios interesses e vaidades, é necessário que os portugueses pensem nesta importante data e que não considerem somente mais um feriado que se cumpre.

Amizade(s)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Há a amizade institucional. Aquela que se estabelece nos locais de trabalho. Um dia aparece a reforma. Levemos um pontapé no rabo e vamos para casa. Cheios de saudades de uma vida activa e de contactos inter-pessoais. Desfazem-se os contactos. Tudo terminou.

Nas amizades online, por serem muitas das vezes virtuais, servem os seus fins meramente circunstânciais. Alguns relacionamentos tornam-se uma armadilha. Também não são profícuos.

Bem, nas amizades que vêm da adolescência, estas por serem naturalmente mais antigas, há uma relação mais duradoira. Uma certa cumplicidade existente, contudo, se desmorona, porque cada um tem a sua vidinha, como sempre difícil. Aparece os esposos, os filhos, as sogras os cunhados.

O que resta? O Amor. Esse é eterno.



Varanda de Pilatos

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Nau dos Corvos (Peniche)


Pôr do Sol (Berlengas)


[...são as Berlengas o aceno mais familiar e significativo. A sua presença, simultâneamente brumosa e próxima, ensinou-nos que a pátria tinha prolongamentos, pedaços que a fúria do mar destacou e afastou do corpo materno, mas que esperavam lá longe, entre espumas e medos, que uma nau portuguesa os achasse e reintegrasse no aconchego da origem.] Miguel Torga


A Vida é Bela

sexta-feira, 16 de novembro de 2007


Franz Kafka Só me sinto verdadeiramente eu quando sou insuportavelmente infeliz.

Tal como eu, declaro que sim. Dia em que não exista um acontecimento ou um facto que me aborreça, não é bom para mim. Necessito de controvérsia, que me coloquem problemas, que me afrontem. Nunca gostei de palavras elogiosas a meu respeito. Sinto-me mal. O que eu desejo é que os outros sintam que eu existo. Preciso de causar impressão. Boa ou má não interessa. Quando nada se impõe na minha vida, os dias tornam-se insólitos e opressivos. Nós para sermos verdadeiramente felizes, temos que possuir aquela dose de infortúnio e desalento e arranjar maneira de os melhor resolver. Isso é viver.


Pedras que Falam

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Domingo cheio de sol e luz radiosa no Alentejo profundo. Visita à cidade do Alandroal e sítios arqueológicos que testemunham a presença dos nossos antepassados lusitanos. Dia tranquilo propício à contemplação. Uma viagem na terra do Endovélico, o Deus dos Lusitanos.


Rocha da Mina

A Rocha da Mina é um santuário rupestre implantado num conjunto de rochedos, onde se pode observar em toda a sua beleza, a serra d' Ossa. As escadas e os pavimentos talhados na rocha são elementos habituais num número significativo de santuários-romanos, sendo interpretados como "altares de sacrifícios".

Quadro

quarta-feira, 7 de novembro de 2007


Nenhum objecto ouve mais parvoíces que um quadro. A. Bucci

Arquivos III

domingo, 4 de novembro de 2007

Depois de ter conhecido a guerra do Ultramar por dentro, comecei a interessar-me por esta questão tão importante para toda a minha geração e por identificar-me com as correntes de contestação àquela guerra. A publicação do livro de A. Spínola, "Portugal e o Futuro" foi uma pedrada no charco. Li-o num dia. Tornei-me um leitor compulsivo de obras de teóricos do marxismo, mas foi a trilogia de Jorge Amado, "Subterrâneos da Liberdade" que me influênciou extraordináriamente, a apar de um caderninho cor-de-rosa que era publicado periodicamente, "O Comércio do Funchal", cujos redactores eram, Jorge Sampaio, Vicente Jorge Silva, Medeiros Ferreira, entre outros, na altura estudantes na universidade. Cadernos que abordavam temas, tais como, política, o marxismo e o movimento estudantil, o neo-realismo no cinema e na litertatura, o Maio de 68 em França. Estava assim feita a minha decisão de aderir ao marxismo-leninismo e o meu desejo de também mudar o Mundo. A minha intervenção política e partidária deveu-se ao facto de ser recrutado por amigos, que se encontravam no exílio e que tinham fugido à tropa, e ao meu desejo de fazer uma intervenção na área da política e não ficar circunscrito ao idealismo de sofá. Tornei-me militante no Partido Comunista de Portugal (marxista-leninista). Estava a decorrer um processo alquímico dentro de mim.
Foram maravilhosos esses tempos, em que se lutava por um ideal e não por normas carreiristas, ao serviço de interesses instalados, tal como hoje se verifica.
Mas, quanto éramos ingénuos, mas de uma ingenuidade saudável. Em que ainda se acreditava na natureza humana. Percebem?

Pessoal e Transmissível

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Moderadamente bebido, o vinho é medicamento que rejuvenesce os velhos, cura os enfermos e enriquece os pobres. Platão

Fruto de um certo sedentarismo e de uma alimentação errada, ultimamente a minha situação cardio-vascular não tem andado bem. Cansaço, batimentos acelerados do coração e ansiedade tem me causado alguma preocupação. Fui ao médico que me receitou uma série de comprimidos, além das habituais precauções que devia tomar, nomeadamente, deixar de fumar, e cuidar da minha alimentação. Assim fiz. Sinto-me melhor, mas os batimentos do coração, principalmente depois das refeições continuaram. Alguém me disse que ainda o melhor era conviver mais com o vinho às refeições. Segui o conselho. Afastei os medicamentos. E, não é que me sinto melhor! Há coisas fantásticas, não há!

Pergunta - Sabem como as enzimas fazem sexo? Resposta - Enzimas umas das outras.

Arquivos II

domingo, 28 de outubro de 2007

A cidade de Luanda fervilhava a um ritmo intenso onde nós militares forneciam uma dose de movimento, juventude e alegria.

Quando cheguei impressionou-me a terra numa tonalidade avermelhadada e quente num Abril igualmente com um sol radioso. Depois de uns dias no Campo Militar do Grafanil, enfrentrei pela primeira vez a cidade. Havia a necessidade de trocar os meus escudos que trazia da Metrópole por angolares numa terra que se dizia que era nossa. Não percebi. Esse change era realizado mesmo ali na rua junto a um café com bilhares num pequeno largo onde ficava um outro café o Versailles, onde comecei a frequentar com meus camaradas. Bem perto ficava a Mutamba, ponto de partida e chegada das camionetas de transportes públicos para diversos pontos da cidade. Percebi da qualidade de vida patenteada pelos brancos. O seu ar feliz nos fins-de-semana enchendo os cafés e restaurantes nas inúmeras esplanadas em contraste com os lugares mais lúgubres dos bairros de negros, onde às vezes me deslocava mas sempre acompanhado. Evitava lá ir fardado, porque havia notícias de rixas valentes com moradores e a soldadesca.

Nas férias pude apreciar a beleza da baía de Luanda à noite, onde na praia do Mussolo se podia tomar banho, beber uma cerveja, acompanhado com marisco que era barato. No dia do meu aniversário com dois amigos do meu pai que residiam na rua Luís de Camões, tive a oportunidade pela primeira vez comer lagosta, o que nunca mais aconteceu na vida. Na marginal extensa e movimentada destacava-se o edifício mais alto, o banco de Angola, era onde se tirava as fotos para mais tarde recordar. Terminava no porto de embarque e desembarque de navios, onde um dia deixei esta terra de indiscutível beleza.

Não havia apartheid, mas os serviços menos qualificados eram para os negros, engraxadores, vendedores de lotaria, empregados nas cozinhas dos restaurantes, arrumadores nos cinemas, e actividades congéneres. O ambiente era de uma certa harmonia social, apesar do ambiente de guerra e na constante presença dos militares.

Nunca perguntei o que estava ali a fazer nem considerei que estava a desperdiçar os melhores anos da minha vida. Mas o regresso foi festejado com alegria. Alegria do dever cumprido e ter conhecido a tão cantada África. Não tenho saudades, porque sou muito lisboeta.

Dedico estas simples palavras à muito humana bloguista Laura, sempre pronta a disponibilizar os seus tempos para me visitar com suas palavras simples.

Arquivos

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A guerra colonial era um espectro para todos os jovens portugueses da minha geração.

Por incrível que pareça os 2 anos que por lá passei em Angola considerei um serviço como qualquer outro. Até uma experiência positiva, um deslumbramento. Regressei mais crescido e enriquecido interiormente.

Éramos uns miúdos sem grande consciência política, sem uma opinião abalizada das causas profundas da situação, educados que fomos pela doutrina do Estado Novo. Pessoalmente, nunca considerei que Angola fosse nossa. O que desejava era que aquela experiência terminasse sem ser afectado por alguma bala perdida. Parece que o sentimento era geral, excepto nalguns oficiais milicianos onde se pressentia, devido a uma maior consciência política forjada nas universidades, um desencanto devido à interrupção forçada dos seus estudos. Por outro lado, não tinhamos aquele sentimento de amargura ou sofrimento, como foi descrito, por exemplo pelo escritor António Lobo Antunes no seu livro, Os Cus de Judas. Os dias eram sempre iguais, dividido que estava nas Ordens de Serviço que elaborava e batia à máquina de escrever todos os dias e nas rondas periódicas de ronda ao aquartelamento. Tive sorte, a minha especialidade não era o atirador que vai para o mato. A minha guerra decorria na secretaria com a caneta e a máquina de escrever.

O dia a dia com os africanos e a realidade da guerra, e no regresso à Metrópole, permitiu-me uma tomada de consciência diferente, reforçada com o contacto com amigos que deixei por cá, também eles já com uma visão diferente da situação do país. Vivia-se uma certa abertura marcelista.

Quicabo (Angola)

Destaco as principais causas da minha ideia de experiência positiva e actual nostalgia por esses tempos. A fabulosa amizade e solidariedade de todos nós naqueles momentos cruciais das nossas vidas. O despertar para outras realidades e vivências. Por fim conhecer, um pouco mais sobre a natureza humana e as suas reacções perante a adversidade e os perigos que felizmente não conheci.

Confesso que vivi.

A Pobreza

quarta-feira, 17 de outubro de 2007


Segundo estatísticas 20% da população portuguesa vive na pobreza. São 2 milhões de pessoas. Ao contrário do que geralmente se supõe, até não são as pessoas que não têm emprego, que estão naquela situação, mas uma certa classe média a mais atingida. São aquelas pessoas que contraíram créditos, ou que assumiram responsabilidades financeiras e que agora não conseguem honrar esses compromissos.

Lembro-me que no tempo do "cavaquismo" a par de um indiscutível progresso nalgumas áreas, embora de um progresso não muito bem sustentado, criou-se a ideia que possuir dinheiro e toda uma gama de produtos de consumo era fácil. Os bancos e outras instituições congéneres estavam dispostas a ajudar os cidadãos a realizar a viagem, a casa de sonho de uma vida, ou a fácil troca do seu Fiat Punto por um automóvel topo de gama. O empréstimo de dinheiro até para o homem das castanhas se tornou uma obsessão.

As causas desviantes deste mal estar social, a pobreza, são muito justamente devido a factores económicos e sociais, mas igualmente de natureza cultural.

Já aqui escrevi que, para além do relativismo de tudo, inscreveu-se na mente da população a ideia que a felicidade estava ali à esquina sendo o TER o suporte de tudo. Trabalha-se para o TER. Este é o lema principal da nossa actividade hoje em dia. Compro, logo existo.

Trabalhos Desactivados II

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A Fortaleza de Peniche , situada na ponta da península sobre os rochedos frente ao mar data a sua construção no séculos XVI e XVII. O Forte foi construido para a defesa militar. Mais tarde foi utilizada como prisão na altura das invasões napoleónicas e pelo partidários de D. Miguel. Nos anos trinta a Fortaleza é utilizada novamente como residência pelos oposisionistas ao regime implantado a seguir ao 28 de Maio de 1926.

O Forte de Peniche depois do 25 de Abril de 1974 tornou-se um museu regional dedicado ao mar e tudo o que se relaciona com suas gentes e um Núcleo de Resistência com diversa documentação, mantendo-se intactas as selas onde passaram alguns presos políticos mais famosos, além do relato da célebre fuga de Álvaro Cunhal que, segundo escreve Jaime Nogueira Pinto no seu livro, António de Oliveira Salazar - Outro Retrato, teve a fuga facilitada para não se tornar incómodo para o regime.

Transições

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O rio é a morte de muitas fontes e o mar é a morte de muitos rios; mas o rio no mar é mar. A consciência humana é também a morte, o sacrifício de muitas vidas animais e vegetais inferiores a ela. (Teixeira de Pascoaes)

Dia Mundial da Música

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Música.

Numa altura em que os políticos nos estão constantemente a dar "música". O mesmo acontece nos transportes públicos, nas estações e carruagens do "metro", nos restaurantes, nos centros comerciais, nas praias, nos intervalos das sessões de cinema, o estudo da música não é considerada pelos nossos governantes como uma disciplina obrigatória nas nossas escolas para educação dos nossos jovens.

Então celebremos por breves instantes este dia. Por mim, já ouvi hoje Johann Sebastian Bach nas Variações Goldberg BWV 988.

A cultura do espírito aumenta os sentimentos de dignidade e de independência (Herbert Spencer)

Quadros em Exibição

segunda-feira, 24 de setembro de 2007


















1-Red 2-Pink Floyd 3-Caverna 4-Composição 5-Cometas 6-Luar 7-Bocados

Diálogos

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

De ofertas gosto especialmente de livros. Ainda recentemente recebemos cá em casa de uma amiga o seu livro de poesia "Diálogos". Escolhi para todos os que me visitam uns dos poemas que mais gosto.


Se da terra colheste
o que semeaste
semeia também o amor
da mesma semente
uma alma dormente acordará.
Mas se na agonia
já nada esperares,
o que tens a fazer
é negares-te a morrer
e voltares a semear
na terra
para voltares a colher
e voltares a viver.

Dalai Lama

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Luz_itânia congratula-se com a visita de Tenzin Gyatso, XIV Dalai Lama a Portugal e chama a atenção para o genocídio cultural que está a sofrer o povo do Tibete por parte da China.

Quem é o inimigo ? Eu próprio. A minha ignorância, o meu apego, o meu desejo, as minhas raivas. Eis aí o verdadeiro inimigo? Atenção! O inimigo de hoje torna-se por vezes o melhor amigo de amanhã. Até lá, pode-se aprender muito com ele.

Um modo de ver o amor

sábado, 8 de setembro de 2007

Verdadeiramente não me interessa o amor romântico, no sentido do termo - amar uma mulher e tudo o que lhe é subjacente. Para mim, interessa-me uma nova definição de amor. A procura de Deus é a procura de nós próprios, do nosso verdadeiro "eu", bem como do verdadeiro "eu" dos outros com que nos relacionamos. No conceito de Amor encontra-se tudo o que Deus é - Verdade, Beleza e Bem.
Não tenho qualquer religião e não sigo qualquer preceito relativamente a qualquer igreja organizada. Nem é preciso. Uma disciplina tem de ser libertadora e só o é quando livremente escolhida e aceite.
É no mistério da vida onde se pode encontrar mais facilmente o conceito de Deus e do amor. Daí que tenha alguma dificuldade para falar unicamente num dos paradigmas do amor romântico, pelo menos como ele é entendido no ocidente.

Tudo em proveito de um só não seria justo e mesmo que fosse possível não chegaria para me fazer feliz. É justo colocar as capacidades e o melhor de si ao serviço de todos. É uma fonte de grande alegria. Dalai Lama

O Regresso de Férias

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Segundo um estudo efectuado em Espanha as pessoas sofrem de stress traumático após as férias. No regresso ao trabalho os primeiros dias são difíceis de passar. Há quem não durma na noite de véspera. Posso constatar que, no meu caso, isso se passava realmente. Por essas e por outras razões, resolvi apenas viver dos meus rendimentos. Estou muito feliz por isso. A vida é para ser contemplada. A natureza acalma-nos.


Desconcerto...

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

... Ou como a Ahlka ficou sem o piano com uma pequena ajuda de Charlie.

Vida moderna

domingo, 26 de agosto de 2007

Hoje o verdadeiro problema feminino é aprender a fazer um autêntico malabarismo com o trabalho, o amor, o lar e os filhos. Betty Friedan

Quem é Betty Friedan? Fundadora do National Organization for Woman. O seu livro "The Feminine Mystique foi o catalizador nos USA do movimento feminista tendo gerado grande polémica no final dos anos 50. Ideias centrais do livro: As muheres são vítimas de um sistema perverso de valores falsos, que as levam a acreditar que podem se realizar e encontrar a sua identidade através do marido e dos filhos. Sendo uma mentira que a vida perfeita das donas de casa americanas, modelo dos anos 50, seja o paradigma do modelo fundamental de realização da mulher.

É claro que Betty Friedan ao descrever os malabarismos com que iniciei este post, estava já nos nossos dias. Porque são estas as queixas habituais das mulheres nos dias de hoje. Também tenho cá em casa uma senhora que possui os mesmos sintomas. Todos conhecem o assunto. Mas, então o que aconteceu? O que eu acho é que afinal os esforços das feministas, isto apesar de conquistas evidentes da mulher na sociedade, não serviram os objectivos que inicialmente se previa. E, se calhar, agora o problema é mais gravoso. Onde está o mal? O assunto é complexo. Julgo que a culpa não é delas (poderá ser das suas ambições mal calculadas) nem dos homens, (esses já estão fartos de servirem de bodes expiatórios). É a vida! Não. E que tal pensar que a culpa é do sistema. Assim como a seguir à Revolução Industrial, o sistema necessitou da mão-de-obra barata das mulheres, fazendo-as sair de casa, hoje o sistema e o consumismo tratou de as agrilhoar com o pretexto, mais uma vez da sua liberdade e emancipação. Talvez seja isto. Que acham?

Vem isto a propósito de um post colocado no blog do Jotabê "Desabafo de uma mulher moderna". Muito irónico e pertinente que faz meditar. Daí ter me lembrado fazer esta reflexão aqui.

Silly Season

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Agosto é por excelência o mês de todas as particularidades próprias de uma estação vivida em estado eufórico, descontraída q.b. Chamam-lhe a estação pateta. Parece que o mundo ocidental e cristão vai todo de férias. As viagens sucedem-se a um ritmo avassalador entupindo os aeroportos, repletos de gente agoniada em filas intermináveis à espera de um saltinho de 9 horas, até aos sítios mais paradisíacos do planeta. É quando nas estradas e auto-estradas aparecem os kamikazes de volante nas mãos em autênticas piruetas morrendo alegremente como tordos. É a estação de todos os sorrisos pepsodent, chinela nos pés e de inúmeros very well...Está tudo bem!?. Das festas e romarias de tudo quanto é sítio. Dos festivais de música, com aqueles cantores e cantoras de temas melodoces, uns, manhosos outros, fazendo a delícia de adolescentes, e das mulheres de meia idade mal-amadas. Das notícias dos famosos nas revistas do coração, passeando em Vilamoura com as suas caras metade, banhando-se em uisque à noite em festas cheias de glamour para afugentar o tédio dos outros dias. Da ausência de política e dos políticos nos noticiários televisivos. Esperando-se para breve, aquilo que se designou chamar a rentrée política. Festas-comício à beira-mar para apresentação das grandes linhas programáticas tendo em vista a felicidade de todos.
Para não tornar ainda mais fastidioso ou até ainda mais pateta este texto, termino aqui e volto para o país real, depois de umas "braçadas" na praia da Alfarroba com o Baleal à vista.

Óbidos

terça-feira, 7 de agosto de 2007

O casario encontra-se a 79 m de altitude, envolvido por uma muralha que abraça um cabeço dolomético coroado pelo altivo castelo medieval, das mais típicas fortalezas do país.
O mês de Julho e perto do castelo decorre o mercado medieval. Homens e mulheres com trajes da época representam figuras nas festas dos loucos e nos sabats das bruxas.
É tempo dos autos-de-fé, de penitências e indulgências em paralelo com heresias e idolatria. Demologia e necromância encontram a repressão que envolve os alquimistas, astrólogos e bruxas.
É uma visita a reter.











Impressões/Quase diário de Férias

terça-feira, 31 de julho de 2007

Céu azul celeste com núvens de um branco quase cinza. O sol timidamente lá aparecia num jogo desesperante quase infantil. (Não!!! Isto é muito poético!) Os abastecimentos comestíveis num centro comercial de manhã. De tarde uma sesta. À noite o mais do menos do tele-jornal.
Dia 3.7.07

Visita à Fortaleza (Peniche) e passeio pelo molho leste até ao farol. As gaivotas sempre presente. Brisa marítima refrescante. O mar. Início de leitura. De regresso a casa, através do rádio do carro tenho conhecimento de uma diatribe da Paula Bobone, na ante-estreia do último filme de Manuel de Oliveira. A rainha de etiqueta portou-se mal. À noite a jornalista Judite de Sousa entrevista Zita Seabra, a propósito do seu livro Foi Assim. Revelações importantes sobre a sua vida na clandestinidade e o mundo concentracionário dos comunistas.
Dia 5.07.07

Óbidos foi considerada muito justamente uma das 7 maravilhas de Portugal. É justo. Estou aqui perto. Este ano ainda não lá fui. Á praia da Alfarroba também não.
Dia 7.07.07

Sobre o amor, citação do livro A Prisão de Jesús Zárate que estou a ler. As mulheres só têm de bom aquilo que escondem e que quando deixam de o esconder deixa de ser bom. Também acho.
Dia 9.07.07

Quinta dos Loridos nos arredores do Bombarral. Uma vasta área de vegetação com muitas árvores de sobreiro e carvalhos. Um lago artificial rodeado de estátuas gigantes de Buda ede outras deusas orientais. Ideia de Joe Berardo. Hello Joe!
Dia 11.07.07

Almoço nas Caldas da Rainha com tempo fresco convidando a uma visita demorada. Á tarde passeio pelas ruelas de Óbidos. É o mês da feira medieval. Recordo Josefa de Óbidos e provo a ginginha que é uma delícia.
Dia 13.07.07

O sr. Costa ganhou as eleições para a CML. Como pode alguém salvar, quem não quer salvar-se? Par Laverkvist. Notável os votos da Helena Roseta.
Dia 14.07.07

Quem também não deseja salvar-se é o Saramago. Agora lança mais uma farpa no DN. Portugal deverá integrar-se na Espanha e que deverá formar-se um novo país, a Ibéria. Uma visão iluminada de um marxista frustado. Saramago jazz e arrefece.
Dia 18.07.07

De manhã e com sol radioso, banhos na praia de Alfarroba já repleta de pessoal. Continuação de leitura desta vez de jornais com a bica e uma água natural. Paisagem deslumbrante de umas jovens espanholas, muito eufóricas. Carlos, já não tens idade pra isso, ok?
Dia 21.07.07

Outra vez Óbidos com espectáculos de rua integrado na feira medieval. Tiro algumas fotos que colocarei em devido tempo aqui no Luz itania. Óbidos faz bem.
Dia 22.07.07

Comprei o DVD do filme do Mel Gibson Apocalypto a pedido. Boas passadas na bicicleta e reparo que junto aos prédios do aldeamento, continuam os portugueses a estacionar os carros nos passeios que dividem as duas vias. Uma anarquia desorganizada, simplesmente. Antes de esperar pelo dia seguinte, vejo o filme do Gibson e...gostei.
Sempre em forma é o Mirandum. Uma cervejaria com um bom marisco. A Mariscada é uma especialidade da casa. Termino aqui, porque não me pagaram para fazer publicidade. Mas, já sabem. É a melhor casa de Peniche.
A voltar em breve.
23.07.07

Novos Tempos

segunda-feira, 2 de julho de 2007

O relativismo com que se trata hoje todas as coisas causa-me apreensão. Existe um distanciamento para as questões da metafísica, porque o fundamental é mergulhar e confundir-se na vida agitada que conhecemos, absortos nas nossas conveniências particulares. São os tempos da soft-ideologia. É uma filosofia da força das coisas. Uma espécie de crença. Pensar é chato, daí o relativismo puro e duro. Um passo para o individualismo, conformismo e o efémero.
Siga-se a lógica. Chegou o verão, as férias e a evasão. Mas o regresso é inevitável. O regresso à resignação dos acontecimentos, ou melhor, dos não-acontecimentos.
Boas férias para todos e até ao fim do mês.

Associativismo

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Há dias numa conversa com um amigo que conheci numa colectividade que outrora já conheceu melhores dias, falava-se na dificuldade de se encontrar pessoas válidas - não só pessoas válidas -mas pessoas, para fazer parte de uma direcção de qualquer colectividade, mesmo num concelho como o de Almada, outrora um baluarte do associativismo. Sabes, disse-lhe eu, as pessoas fugiram todas para a política. E nessa fuga a par das pessoas válidas, foram muita gente, sem qualquer preparação uns, e por oportunismo e carreirismo outros, que aproveitando o comboio do poder local democrático, se instalaram a coberto dos partidos políticos. Não admira, por isso, as histórias das Fátimas Felgueiras, dos Valentins Loureiros, dos Avelinos Ferreiras Torres e de muitos outros desconhecidos que ocupam neste momento as cadeiras de certos pelouros das diversas autarquias. A minha argumentação parece que não surpreendeu o meu amigo e parece que não surpreende ninguém.

Lisboa

quinta-feira, 14 de junho de 2007


Esta é a minha cidade. A cidade da minha infância, sempre cheia de luz, dos pregões matinais, dos ardinas, das vendedeiras de frutas e legumes que percorriam a cidade, dos páteos e quintalinhos e das ruas estreitas.

Nasci em Alcântara, na rua Maria Pia, precisamente nesses pedaços quadrados onde habitavam várias famílias, que se conheciam e se ajudavam na labuta diária naqueles dias cinzentos. Por esta altura das festas dos santos populares, esquecia-se as tristezas e dificuldades da vida, e com o páteo colorido de bandeirinhas e balões, saltava-se à fogueira, enquanto a miudagem pedia um tostãozinho pró S. António.

No Largo Prior do Crato, meu avô tinha um quiosque onde vendia tabacos, jornais e revistas e onde eu passava grandes momentos de magia a observar os eléctricos antigos, abertos nas laterais e de bancos de madeira apinhados de gente e o comboio de mercadorias proveniente do cais de Alcântara. Íamos almoçar numa taberna que dava ligação à Garagem Modelo, que ainda hoje existe, mas sem a algazarra dos operários que vinham das fábricas e das docas ali tomar a sua refeição.

Em frente está o rio. O tal Tejo que falam os cronistas, onde chegam e partem navios de transporte de mercadorias e de passageiros. E onde deslizava nas suas águas fragatas de vela ao vento com as gaivotas cruzando o céu de Lisboa.

[...]Mas já não há céu, céu e rio desapareceram por trás duma cortina de asas em desordem. E num momento assim, ternamente, confiadamente, qualquer amante de Lisboa se sente ainda mais ancorado à cidade que o está a ver partir. José Cardoso Pires.

Já não é esta a minha cidade nos tempos que correm. Passaram alguns anos, a cidade estendeu-se, com a chegada de imigrantes, e do regresso dos portugueses de África, o tecido social e os costumes alteraram-se profundamente. Eu diria que dramáticamente.

Num filme que recentemente foi exibido na RTP, precisamente com o título "Lisboetas", na cena final deste documentário, algures numa clínica, um casal de imigrantes russos esperam o nascimento do primeiro filho. Após o nascimento por indicação dos pais, a menina vai chamar-se Alexandra. Que poderia chamar-se Luísa ou Fátima! Luísa ou Fátima Kopriskaya. A seguir, o filme-documentário terminava apenas com a palavra FIM. Significativo.

Mas eu continuo a amar Lisboa, as suas ruas com os seus típicos empedrados, e as suas calçadas, os monumentos, os jardins, mas principalmente a sua luz e ainda mais o Tejo.

Património

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Braga (Sé)


Santa Luzia


Tomar


Serralves

Sameiro

Melgaço

Visita aos Jerónimos

domingo, 20 de maio de 2007

É impressionante as visitas diárias ao Mosteiro dos Jerónimos, considerada a jóia por excelência da arte manuelina, gótico português que cristalizou a mística dos descobrimentos.
Foi no reinado de D. Manuel I, que antes era governador da Ordem de Cristo que foi incentivado as obras artísticas que pudessem expressar a realização do mito da pedra.
Promovida pela editora Zéfiro, esta peregrinação não se deve configurar exclusivamente como uma visita turística, como aliás, se diz no livro "Os Caminhos Esotéricos de Portugal" do historiador José Medeiros que dirigiu esta visita, mas sim captar, interpretar as vibrações de um local.


Mosteiro de Santa Maria de Belém doado aos monges Jerónimos, por vontade de D.Manuel I, cujo reinado, na primeira metade do século XVI, se atinge a India "por mares nunca dantes navegados" Os Lusíadas.

Túmulo de Luís de Camões

Diz-se que os Jerónimos são os Lusíadas em pedra dos descobrimentos ou que os "Lusíadas são os Jerónimos em verso.

Janela do Claustro (que tem o significado de o oculto, o fechado)

(...) Existe hoje uma grande conspiração internacional que não olha a meios para que os humanos deixem de procurar um sentido para a vida e o contacto com a realidade metafísica. (...) Desenraizar é a palavra de ordem. Um povo que perde a memória da sua história é manipulado com mais facilidade. Paulo Alexandre Loução "Dos Templários à Nova Demanda do Graal".

Nevoeiro

quarta-feira, 25 de abril de 2007



Nada melhor do que nesta data relembrar Fernando Pessoa. "É a hora!". Como este poema termina, bem necessita de encontrar eco no maior número de corações, neste dia de celebrações pouco mais ou menos solenes e oficiais, que vão sucedendo voluntariosas que não é mais do que uma frouxa transição para aquilo que todos os portugueses esperam, o renascer outra vez de Portugal.



Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!

Inquietações

domingo, 15 de abril de 2007

Uma das frases que tenho lido e que me deixou matéria para alguma reflexão foi que, este século ou será espiritual ou não será nada. Na verdade, o século XX promoveu a necessidade espiritual arrastando o homem para extremos inconcebíveis de um materialismo que nem sempre triunfou. Foi o século de duas guerras mundiais, das grandes revoluções sociais e políticas e das grandes transformações económicas, mas não obstante, não teve em conta a grande necessidade de transformar o homem. Podem chamar procura interior ou espiritualidade, é o que o homem moderno sente hoje que lhe faz falta, depois de acabar por descobrir quanto efémero e superficial é a sua vida que não se satisfaz apenas com uma vida material e um conjunto de satisfações materiais. É no fundo a antiga questão filosófica do Ser e do Ter.

Leituras

domingo, 18 de março de 2007



(...) "Os que lutam por mudar o mundo vêem-se a si próprios como figuras nobres ou, mais do que isso, trágicas. Contudo, muitos dos que dedicam esforços para melhorar o mundo não são revoltados contra a ordem das coisas. Procuram consolação para uma verdade que são demasiado fracos para suportar. No fundo, a sua fé de que o mundo poderá ser transformado pela vontade humana representa uma negação da sua própria mortalidade." 3. Em Louvor do Politeísmo (...) "Os politeístas podem ser ciosos dos seus deuses, mas não são missionários. Sem o monoteísmo, a humanidade teria continuado a ser uma das mais violentas espécies animais, mas as guerras religiosas não teriam ocorrido. Se o mundo tivesse continuado a ser politeísta, não teria produzido o comunismo nem o "capitalismo democrático global".
É agradável sonharmos com um mundo sem fés militantes, sejam elas religiosas ou políticas. Agradável, mas vão. O politeísmo é um modo de pensamento demasiado delicado para os espíritos modernos." Do livro Sobre Humanos e Outros Animais, de John Gray.
»"Um análise perspicaz sobre a natureza humana e o seu quase ilimitado dom de se auto-iludir." J.G.Ballard

Céu Azul

domingo, 25 de fevereiro de 2007



Desenho do autor deste blogue

Chegar à janela e olhar o céu. Ver só o que cabe no rectângulo dela, limitado e instantâneo. E ficar perturbado por essa rápida aparição da beleza que se não sabe dizer. Há um azul intenso e profundo e a um dos lados o amontoado de uma nuvem branca, iluminada pelo sol. Como transmitir esta revelação? Quantas formas de a dizer e todas serem uma ficção do que lá está. Há uma outra coisa dessa coisa e tudo são formas fictícias de a dizer. É um céu azul e uma nuvem branca a um canto da janela. Mas o que isso foi no seu aparecer, para sempre se perdeu. Vergilio Ferreira.

Reflexão

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007




A história de Portugal, inteligente, documentada, válida e duradoura, diz que a Nação nasceu por: se fixar por; se defendeu com pinheiros e castelos sempre por; navegou por; entristeceu e se alegrou por: finalmente acabou por.
A história de Portugal pela qual vou, História sentimental e fantasiosa, meio inventada talvez em muito ponto, garante-me logo de começo que a Nação para: se definia para; casou para; navegou para; desanimou para e reagiu para e acabará para. Eu me explico tanto quanto posso. Nasceu para ocupar a melhor das costas, dando naturalmente para o mar, mas sobretudo para o Oceano, que permite ir a todo o lado, para aprender a bolinar, para completar o Império Romano que soberanos e legiões tinham deixado só como esboço, com uns lambiscos de Europa e nos desembarcadouros de África e umas vagas ideias de Ásia: para universalizar Direito tirado pelos romanos da Filosofia Grega, como engenharia baseada no Euclides: lógica de guerrear da de pensar; para, depois de ouvir a Isabelinha de Aragão, projectar para o mundo inteiro o entender e adorar o Divino, de ser a criança o maior dos milagres, de não se ter de ganhar a vida, o que a amesquinha, e de não haver prisões, nem as de grades, nem sobretudo, porquanto piores, as que são de dúvidas. Têm razão os sábios, que tanto respeito, que Portugal sempre foi, sempre é e sempre será para. Obrigando-nos a todos nós, o que sabemos para, servindo-nos para tal do que somos por. Vocês não acham?
Agostinho da Silva

Trabalhos Desactivados

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007


ALENTEJO

I - Minas de S. Domingos



II - Minas de S. Domingos



III - Minas de S. Domingos


(...) "Terra da nossa promissão, da exígua promissão de sete sementes, o Alentejo é na verdade o máximo e o mínimo a que podemos aspirar: o descampado dum sonho infinito, e a realidade dum solo exausto. (...) O Alentejo, visitado por alguém que leve consigo a capacidade emotiva e compreensiva de um verdadeiro curioso, é um Sésamo que se abre. As suas fainas, os seus costumes, as mutações impressionantes do seu rosto quando tem frio ou quando tem calor, os seus trajes e a sua própria fala - são outros tantos motivos de meditação e admiração." Miguel Torga.

Os Grandes Portugueses

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007


Tenho acompanhado com curiosidade o programa da rtp "Os Grandes Portugueses" e descontando o processo de escolha daqueles que mais se destacaram na história de Portugal, para o melhor e pior, o programa possui de certo modo alguma importância, servindo perfeitamente os objectivos da rtp do tão falado serviço público.
Se eu tivesse disposto a participar na votação, o que não o vou fazer, estaria a pensar em dois nomes dos mais importantes da nossa história, D. Afonso Henriques e D.Dinis. Como tinha que escolher só uma personalidade, escolheria o rei D.Dinis.

D.Dinis
D. Dinis foi o nosso rei que melhor entendeu o espírito dos templários. Assegurando a ponte entre o visível e o invisível, entre o mundo material e o mundo espiritual, D.Dinis preparou a gesta gloriosa dos Descobrimentos. Foi quem criou a Ordem de Cristo, desobedecendo ao Papa Clemente V e às perseguições dos cavaleiros templários ordenada por Filipe, o Belo, substituindo a extinta Ordem do Templo. Com esta decisão deixou um precioso legado de riqueza a Portugal, mais sobretudo a riqueza maior dos seus conhecimentos e experiência.
De D.Dinis, um rei culto, trovador, já muito se escreveu, é tema inesgotável da história de Portugal.

Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marujo obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.
Fernando Pessoa

Lugares Mágicos

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Convento de Cristo

TOMAR
Considera-se um lugar mágico, algo físico que não é facilmente perceptível. Lug era uma divindade celta que tinha como atributo ver na obscuridade.
Tomar é justamente com Sagres um dos dois lugares míticos e representa para a actualidade uma chave priveligiada para o estudo e compreensão do espirito que esteve na génese da fundação de Portugal e da epopeia dos Descobrimentos portugueses. "(...) Se eu conseguir imaginar um castelo templário, assim era Tomar. Sobe-se por uma estrada fortificada que bordeja os bastiões exteriores, de seteiras em forma de cruz, respira-se uma atmosfera cruzada desde o primeiro instante. Os cavaleiros de Cristo tinham prosperado durante séculos naquele lugar: a tradição pretende que tanto o infante D. Henrique como Cristóvão Colombo eram dos deles, e com efeito haviam-se dedicado á conquista dos mares fazendo a riqueza de Portugal." Referência de Humberto Eco na sua obra "O Pêndulo de Foucault.
A igreja de Santa Maria do Olival (igreja templária), o castelo e a charola, são importantes pontos de referência para se poder sentir a espiritualidade templária.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007


De raízes profundas a catedral cresceu.
Árvore sagrada plena de luz.
Onde as energias se cruzam,
é colocada a pedra angular
A Obra está completa.

Victor Ferreira