Segundo os jornais, a psiquiatra austríaca a quem foi dada a tarefa de avaliar Joseph Fritz, o protagonista de uma das histórias mais macabras que me foi possível ter conhecimento - o homem que encarcerou a sua própria filha durante 24 anos, mantendo com ela relações sexuais - descreve o nosso homem como um analfabeto emocional.
Nunca tinha ouvido esta expressão, certamente muito técnica, e diz que é caso único. Bem, com estas características tão montruosas talvez. Mas nós continuamos a não saber o que vai dentro de nós. Nem queremos saber. No entanto vamos sabendo de alguns aspectos exteriores nos outros. Como o amor exagerado por animais. O receio de elogiarmos e amar os outros. Atitude mórbida de conhecer os aspectos mais degradantes da sociedade. Valorizar em primeiro lugar, os bens materiais em detrimento às coisas do espirito. O alto valor da pertença dos bens e de pessoas. Encontrar nos outros as causas dos nossos insucessos e problemas. Enfim, uma designação que assenta como uma luva em todos nós.
8 comentários:
Que raio de termo ou designação para classificar um MONSTRO!
Carlos, lamento ter de discordar contigo quando dizes que isso assenta que nem luva em todos nós.
É verdade que se tornou um hábito comum adiarmos manifestações de afectos, valorizamos coisas materiais em detrimento de pessoas, fazemos juízo apressados dos outros em nem sempre temos a capacidade ou o bom senso de vermos erros idênticos em nós próprios, mas eu considero-me capaz de saber distinguir o bem do mal e reconheço e assumo os erros que cometo.
A história é tão macabra que não sou sequer capaz de encontrar uma atenuante ou algo que possa justificar um horror desses.
Apesar de saber que o Homem é um animal e como tal tem necessidades a satisfazer, não consigo entender que um ser dito racional seja capaz de agir de modo selvagem e primário e manter a aparência normal.
Andaremos então todos nós, humanos, tão distraídos ou anestesiados que não nos apercebemos do nosso lado animalesco?
Estou de acordo com algumas notas que referes.
O que no fundo eu quiz dizer é que, temos os nossos monstruzinhos embora adormecidos em nós, o que não desculpa aquele acto daquele cavalheiro. E para mim o mais importante, é chegar à conclusão que o homem ainda não está suficientemente adiantado em relação aos seus congéneres irracionais.
Não creio que aquele seja caso único. Não te lembras de um russo que passou anos a violar e a matar mulheres, tendo uma vida aparentemente normal? E outros serial killers, que nem estou a falar de doidos, que já é caso diferente.
E sim, quase todos temos uns monstrozinhos dentro de nós, o que não quer dizer que emocionalmente sejamos analfabetos: fazemos muitas coisas por puro e simples egoismo, ambição, etc. e tal! Mas isso não nos impede de saber distinguir o bem do mal...
Abraço, Carlos!
Pobrezito!!!!! Analfabeto emocional!!!!!!!!! Ainda o libertam!!!!
Carlos,
Eu entendi-te perfeitamente :)*
Todos nós já sentimos impulsos que nos obrigamos a contrariar, sobretudo se a satisfação do nosso desejo implica o sofrimento de outros.
Apesar de tudo, consigo admitir que se cometam loucuras sob pressão ou actos impensados, no calor duma briga, etc. mas casos deste género são monstruosos e sinceramente nem me ocorre um castigo suficientemente punidor.
Pois ... como diz o Roderick, com esse argumento "ainda o libertam"
Antes de haver a corja de psicólogos e avaliadores de perfis de criminosos, havia mais sentido de justiça e havia sobretudo mais medo das leis do homem (das leis de Deus é outra conversa).
jinhos e bom domingo
Teté,
Percebo que a palavra analfabeto tenha um sentido de que, o homem, neste caso o Fritz, está emocionalmente tal como no principio da humanidade, muito próximo do macaco.
Bom fim-de-semana.
O importante é que essa criatura é um ponto fora da curva e não a regra que rege a todos.
Um abraço.
Esse individuo é um tumor maligno que a sociedade não reparava. Como já disseram é uma excepção.
Coitada da infeliz filha deste monstro e dos filhos dela.
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