Já de barba serrada - deixei o "444" uma loção tipo geleia para as afecções e borbulhas da cara e que aconselho a adolescentes - passei ao "Old Spice". Ainda hoje o uso. E, lancei-me às feras.
Ficava-me a "matar" aqueles sapatos de lona com sola de corda e as camisas com bolinhas com várias cores e calças "Levis". Graças aos Porfírios estava na onda psicadélica da época. Estava longe de ser um "beatnicks" mas já usava cabelo comprido. Também usava uma sacola a-tira-colo, que transportava o Emile Zola com o seu "Germinal", uns livrinhos de bolso editados pela "Europa-América" que é fácil ainda hoje de conseguir. Ouvia a estação de rádio "Em Órbita" onde me apercebi da importância social que tinha nas pessoas da minha geração, as canções de Bob Dylan e Leonard Cohen. As minhas preferências políticas e de classe, já iam para a defesa intransigente dos operários e camponeses, mas só de longe vinham os ecos da deflagração estudantil generalizada em Paris, e da invasão soviética na antiga Checoslováquia que dificilmente chegavam a Portugal.
Gostei da praia de Armação de Pera, da vida tranquila de Silves, do deslumbramento que é o espectáculo das amendoeiras em flor, do topless da Monika, da algarviada da Elsa e do Germinal do Zola.
Ficava-me a "matar" aqueles sapatos de lona com sola de corda e as camisas com bolinhas com várias cores e calças "Levis". Graças aos Porfírios estava na onda psicadélica da época. Estava longe de ser um "beatnicks" mas já usava cabelo comprido. Também usava uma sacola a-tira-colo, que transportava o Emile Zola com o seu "Germinal", uns livrinhos de bolso editados pela "Europa-América" que é fácil ainda hoje de conseguir. Ouvia a estação de rádio "Em Órbita" onde me apercebi da importância social que tinha nas pessoas da minha geração, as canções de Bob Dylan e Leonard Cohen. As minhas preferências políticas e de classe, já iam para a defesa intransigente dos operários e camponeses, mas só de longe vinham os ecos da deflagração estudantil generalizada em Paris, e da invasão soviética na antiga Checoslováquia que dificilmente chegavam a Portugal.
Gostei da praia de Armação de Pera, da vida tranquila de Silves, do deslumbramento que é o espectáculo das amendoeiras em flor, do topless da Monika, da algarviada da Elsa e do Germinal do Zola.
4 comentários:
Ainda tenho alguns desses livrinhos de bolso e também de uma colecção da RTP. Bom, não fui eu que os comprei, que nessa época ainda andava a ler os 5 e os 7, mas o meu pai e o meu avô. Mas mais tarde li o Germinal, Nana e a Besta Humana, que gostava bastante de Zola.
Já o Bob Dylan e o Leonard Coen, não eram das minhas preferências, hoje em dia até gosto mais - na altura ainda era pequena demais, os meus gostos musicais andavam colados aos da minha mãe, aos festivais da canção e assim...
Ehhh, nessa altura a sueca já fazia topless? Não me lembro nada de ver nas praias, antes do 25A.
Bom fim de semana, Carlos! :)*
Março de 68, exactamente o ano em que vim para Lisboa! Recordo uma Primavera muito chuvosa e muitas inundações.
Apesar da vidinha pacata que sempre levei, provavelmente cruzámo-nos algures nas ruas da capital :))
Engraçado estares a recordar e a partilhar connosco esses tempos.
jinho
Calos II
Recordar esses tempos, a década de sesenta, os Porfírios o Algarve e muitas coisas, umas mencionas, outras não, como é óbvio, é-me salutar, por muitas razões.
Abraço.
Daniel
Pois eu passei esta data em África, vivi os tempos conturbados dos beatiniks, dos guedelhudos das calças à boca de sino, que usei, não sem ter de passar sermaõ ao meu velho ao dizer-lhe que ele (gordo) usava a boca de sino no sentido inverso, ou seja o sino ficava na barriga, enfim, lá me deixou usá-las, mas na fui de mais nada, a mini saia sim, ah, mas que giraças ficavamos de pernocas ao léu e moreninhas...
Belos tempos nino e aqui nada me recorda a juventude porque não a passei aqui, me fui com 10 anos e regressei aos 36...vidas. Beijinho.
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