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Agente 007 e o "Caso das Calorias de Braga"

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008




O agente secreto... muito secreto, James Bah, entrou no escritório, onde miss Lili, uma loira apelativa, ia descrevendo uma série de parábolas que, até era capaz de provocar uma paragem cardíaca a um esquilo, lhe disse - Tem que se deslocar a Braga, onde temos informações sobre uma série de mortes provocadas por obesidade excessiva. Calcula-se de um pasteleiro com menos escrúpulos.

Com todo o seu aparato, lá partiu ainda de noite. Com medo que lhe faltasse a luz eléctrica, levou uma lâmpada a pilhas para alumiar o caminho. Já em Braga e sem percalços, procurou emprego no Serviço Nacional, para se disfarçar e melhor penetrar no mundo da doçaria. O que foi conseguido na "Casa dos Arcebispos", uma pastelaria fina com fabrico próprio, dos proprietários irmãos Marx. Depois de picar o ponto e de ser apresentado ao chefe dos pasteleiros, começou logo a meter a mão na massa, bem instalado na secção de folhados. Mas antes conversou calmamente com os dois irmãos (um gordo, tal como uma bola de Berlim e o outro fino como um palito). Ia substituir o Diamantino, que morrera na véspera atacado de histeria proveniente da diabetes.

No final de dois dias de intenso trabalho e de intensas meditações sobre o local, descansou no "Hotel Avé Maria" onde elaborou um relatório proveniente das suas investigações, que enviou para a Agência.

Foi chamado a Lisboa, já com todo o aparato jornalístico à perna, onde na Agência, miss Lili que continha no seu peito um bruto decote e o processo de Braga, lhe perguntou quem era o responsável pelo incremento da estranha obesidade dos cidadãos de Braga, e por consequência a causa de tantas mortes. Elementar, miss Lili. O Marx mais fininho - Porquê, James Bah? Ora miss Lili. Nunca ouviu dizer, o que não mata engorda!

Marx, o fininho, encontra-se em prisão preventiva, tendo sida constituída arguida, a senhora das Resteas de Sol, por enganar as suas amigas com a divulgação de receitas perigosas para a saúde no mundo da blogosfera e ser uma feroz consumidora de trouxas de ovos. Arrisca-se também a ir ver a Torre de Belém aos quadradinhos.

Miss Lili, entretanto, está outra vez grávida, de um novo-rico proprietário de peles de carneiro. Enquanto que, Bah ou melhor James Bah, abriu no Sameiro um negócio de hóstias, que está a resultar bem.


Clarividência

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O que faz as pessoas se interessarem pela leitura? Ainda me lembro do primeiro livro de grande fôlego que li pela primeira vez. Ofereceu-me minha mãe aos 18 anos, "O Conde de Monte Cristo" de Alexandre Dumas. A partir daí foi uma longa caminhada de puro prazer. Desejava, respostas para algumas dúvidas existenciais? Não sei. Ajudaram-me, isso eu sei, a melhor equacionar os mistérios do ser humano. Acreditar que podia ajudar a transformar o mundo. Descobrir como somos pequenos perante a grande harmonia do universo infinito. Sentir a total disponibilidade para a transcendência de conceitos apreendidos e de ficções dualistas, que nos tornam prisioneiros de nós próprios. Enfim, ajudou-me a crescer por dentro.

«Portanto, para que surja um mundo diferente do actual, basta que eu mude» Prof. Agostinho da Silva.

Perguntas

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Passei o dia de uma forma muito reflectiva. Perguntei a mim mesmo, sobre as verdadeiras intenções da natureza. Sobre as várias formas de amar. Sobre a vida e a morte. É preciso perguntas e mais perguntas, não vá a espécie humana acabar.

Ler e Pensar

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

É de manhã com a luz nítida de Inverno a entrar no meu escritório, que vou dar uma vista de olhos pela leitura. De noite não consigo ler. À noite apenas repouso nas palavras.

O mais grave no nosso tempo não é não termos respostas para o que perguntamos - é não termos já mesmo perguntas. (Vergílio Ferreira)

Melómano

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Sou um melómano compulsivo. Desde os 18 anos que colecciono discos. Tenho algumas preciosidades. Apesar de certas vantagens dos Compact Disc (Cd´s), continuo a gostar do antigo vinil. Isto apesar dos ruídos que aqueles faziam, quando, sobretudo, a agulha não era limpa convenientemente. O som dos Cd´s é por natureza frio e metálico, embora mais forte e durável. Depois...depois o vinil possuía uma embalagem de cartão forte, que eram autênticas obras de arte. Vejamos alguns exemplos.



Realidade versus Ficção

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Logo pela manhã seguiu atentamente os jornais. Reparou que as notícias daquele dia eram precisamente iguais do ano anterior. Só com uma ligeira diferença. A secção da necrologia era diferente. Então, acreditou que fosse os jornais a criar a realidade.

Amar

domingo, 13 de janeiro de 2008

O tempo era de uma invernia insuportável. Fizemos de Sines o nosso porto de abrigo, por sugestão minha. Ela ao jantar fazia uns olhinhos de carneiro mal morto. Aquilo é típico de uma mulher apaixonada. No final do jantar, ela passeou suas mãos de uma forma helicoidal nas minhas partes mais erógenas. Suportei a custo o calor que subia dentro de mim. Por momentos acreditei no amor. Mas ela era a minha Dulcinea. A mulher que não existia. Acho que o homem só ama a mulher que não existe.

Call Girl

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

No final do filme interroguei-me se havia em Portugal, uma puta daquelas tão sofisticada e inteligente. Bom, autarcas que se deixam cair no tráfego de influências, isso não pertence à ficção. É mesmo uma história bem real.

Sabedoria

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Era um estudioso. Um homem extremamente meticuloso. Absorvia toda a informação que conseguia em todos os estudos que realizava. Tinha opiniões bem fundamentadas. Morreu acidentalmente. Levou toda a sua sabedoria para o lugar onde menos precisava.

Está Previsto!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Tive agora conhecimento, que na mesma linha das medidas anti-tabaco recentemente implementadas pelo governo, o senhor Gordon Brown, 1º.ministro de Inglaterra, sugeriu em carta a funcionários do sistema nacional de saúde, a recusa de tratamento médico a fumadores, gordos ou sedentários. Mais tarde e se calhar amanhã, se o engº. Sócrates se lembrar seguindo mais um preceito inquisitorial de Bruxelas, resolver aqui fazer o mesmo, não fico nada espantado.

Atenção, sei que o tabaco faz mal. Respeito as pessoas que se sentem incomodadas com o fumo, mas estas campanhas demagógicas já me está a chatear.

O que devia incomodar estes senhores e em geral os portugueses não fumadores, e que aplaudem estas medidas, era a vergonhosa justiça que por aí passa. Esquecem-se, que um Estado de direito onde o direito não é exercido, não passa de uma caricatura de democracia. Isso é que me assusta.

Luiz Pacheco

domingo, 6 de janeiro de 2008

Escritor polémico, virtuoso, boémio coerente, um homem corajoso que nunca se vergou às modas e ao pensamento oficial. Nunca o seduziu os caminhos mais fáceis da vida. Um grande heterodoxo, escritor desse belo conto "Comunidade". Fez a vida que muitos gostariam de fazer, mas que não temos a coragem de a realizar. Morreu Luiz Pacheco. Morreu um homem livre.

Tudo está bem!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Dormiu como uma pedra. O quarto em desalinho da noite anterior. As roupas atiradas por cima da cama. A garrafa de champanhe aberta junto a um livro e ao cinzeiro mais afastado. Sentiu-se cansado, mas aliviado de não ter que dar explicações ao mundo. Das palavras que ouviu na véspera do Ano Novo e dos sms recebidos, já esqueceu. A vida continua.

O Mundo

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Saiu de casa, abriu a pequena caixa do correio. Verificou que não tinha qualquer notícia do mundo. Ruas desertas naquela manhã fria. Alguns cafés abertos e pouco movimentados. Entrou para beber um café quente. De uma forma mecânica, colocou a mão no bolso do casaco, tirou um cigarro do maço, pelo que foi imediatamente limitado na sua vontade de satisfazer o prazer. Sentiu-se só. Sentiu que a sua liberdade estava a ser ameaçada.

Voilà!

Vieste enfim! Solo português, com suas pequenas coisas, à medida do seu tamanho. Na vadiagem dos anteriores tempos, assim no modo como se perde, por breves instantes, a tua própria identidade, agora recuperada. Que sejam os dias todos.