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Vida moderna

domingo, 26 de agosto de 2007

Hoje o verdadeiro problema feminino é aprender a fazer um autêntico malabarismo com o trabalho, o amor, o lar e os filhos. Betty Friedan

Quem é Betty Friedan? Fundadora do National Organization for Woman. O seu livro "The Feminine Mystique foi o catalizador nos USA do movimento feminista tendo gerado grande polémica no final dos anos 50. Ideias centrais do livro: As muheres são vítimas de um sistema perverso de valores falsos, que as levam a acreditar que podem se realizar e encontrar a sua identidade através do marido e dos filhos. Sendo uma mentira que a vida perfeita das donas de casa americanas, modelo dos anos 50, seja o paradigma do modelo fundamental de realização da mulher.

É claro que Betty Friedan ao descrever os malabarismos com que iniciei este post, estava já nos nossos dias. Porque são estas as queixas habituais das mulheres nos dias de hoje. Também tenho cá em casa uma senhora que possui os mesmos sintomas. Todos conhecem o assunto. Mas, então o que aconteceu? O que eu acho é que afinal os esforços das feministas, isto apesar de conquistas evidentes da mulher na sociedade, não serviram os objectivos que inicialmente se previa. E, se calhar, agora o problema é mais gravoso. Onde está o mal? O assunto é complexo. Julgo que a culpa não é delas (poderá ser das suas ambições mal calculadas) nem dos homens, (esses já estão fartos de servirem de bodes expiatórios). É a vida! Não. E que tal pensar que a culpa é do sistema. Assim como a seguir à Revolução Industrial, o sistema necessitou da mão-de-obra barata das mulheres, fazendo-as sair de casa, hoje o sistema e o consumismo tratou de as agrilhoar com o pretexto, mais uma vez da sua liberdade e emancipação. Talvez seja isto. Que acham?

Vem isto a propósito de um post colocado no blog do Jotabê "Desabafo de uma mulher moderna". Muito irónico e pertinente que faz meditar. Daí ter me lembrado fazer esta reflexão aqui.

5 comentários:

Laura disse...

Acho que precisamos de achar valores mais altos que traduzam a igualdade e a fraternidade numa coisa só... Enquanto a mulher trabalha e o homem trabalha (na rua) quando vêm para casa o homem ou fica na rua ,café com os amigos ou vai para casa, mas..descansar, e a mulher continua a tarefa de lavar passar lavar casas d ebanho cozinhas limpar pós preparar filhos deveres tudo tudinho, fazer jantar deixar almoço ou jantar do dia seguinte adiantado, enfim, isso não é nem amor nem igualdade..Por isso a minha casa que já foi uma belezura anda pelas horas da morte (não está assim tão mal, mas...já teve melhores dias e o chefe mesmo de férias descansa, descansa que mete dó)...
Assim... O rais que os parta a quase todos ehhhhh...

Porque nos meteram na treta da cabeça tola que temos que o casar é lindo e os filhos lindos e a vida linda e no fim só cheguei à conclusão que o que é lindo são os filhos, sempre..e o resto é tuge...


Quando falam de igualdade...



Não sei a que se referem
Quando falam de igualdade
E fraternidade entre todos!

Se o homem é que faz a divisão
E sujeita a mulher
À sua escravidão!

Eles pensam que nós vivemos
Numa bola de sabão
E digamos o que dissermos
Teremos sempre a obrigação

De tratar deles, das coisas deles
E dos seus quereres
E dos nossos deveres!

Manter o lar arranjado
Para quando ele chegar
Se deitar no sofá
Refastelado...

E porque não virar o disco
E cantar-lhes a canção
Do “não quero mais disto”!

Porque isto nem é viver
É ser escravizado de maneira que nem pareça
É saber que temos de tudo fazer
Porque não é agora
Que eles vão aprender!...

Quase todos trabalham fora, hoje em dia
E quando regressam a casa
A maioria (eles) não volta
Porque ficaram a trabalhar!?...

Ficaram lá pela cidade
E a mulher vai para casa
Lavar, passar, cozinhar...
Que o amo vai chegar
É preciso fazer o jantar...

Depois chegam os filhos
Que para mal dos nossos pecados
Mais cansados que nós vêm
E a mãe tudo faz para que haja paz...

Que importa que ela venha cansada
Que importa que venha doente
O que é preciso é ter tudo feito
E na mesa a refeição quente...

Porque mais logo chega o chefe
Trombudo porque perdeu
A tarde toda a jogar e a beber,
E a mulher que remédio
Tem que o atender...

Com seus gritos vindos de dentro
Estirado no sofá
A gritar que nem demente
Quando se senta na mesa
E prova a sopa que está quente...


Toma lá uma cançoneta e medita homem. tudo na maior nem é para provocar atritos é para mostrar que como eu as mulheres tambéms e sentem assim...

Ahlka disse...

Ei-lá... O assunto tem pano para mangas...Vou dormir sobre ele ;)

Mas posso já adiantar um factor importante 'Licença de maternidade' quantas mulheres pedem? 'Licença de paternidade' quantos homens pedem?
Começa logo por aí :))

Laura disse...

Ehhh licença de maternidade, só as que podem..licença de paternidade? todos os que não querem ehhhhh...

Ahlka disse...

Volto com mais tempo para adiantar mais umas, poucas, coisas das muitas que penso a esse respeito.
Enquanto forem dados para brincar, nenucos, barbies, electrodomésticos e afins às meninas e carros aos rapazes….Nada feito!
Ora o ‘pelouro’ da educação é ocupado pela própria mulher…Contrasensos…
Para além de falhar na educação, ela falha também na forma como se defende. Não pode nem deveria tentar acumular os direitos de mulher e de homem ao mesmo tempo, escolhendo uns ou outros ao sabor das suas conveniências. Fica com isso baralhada, não sabendo muito bem que atitude tomar e acaba por querer ‘ir a todas’ sem discernimento.
Ora os direitos adquirem-se com posturas e não com palavras….Pessoalmente não me queixo por ser mulher, nunca aceitei direitos sem reverso nem deveres sem prémio, só faço aquilo que entendo que devo fazer e costumo dizer que cada um se deita na cama que faz.

….Não, não sou feminista, não quero igualdade, deve ser frustrante ser assim ‘quadradinha’ como um homem :P

Laura disse...

Bolas nina alkinha e desde quando é que alguém me ouve se eu não quero fazer isto ou aquilo? ou aceito que a casa ande como anda, já esteve melhor..ou então, lá me calo e arrumo e lavo e faço, porque claro não tenho bens materiais que me permitam dizer não a todos..ora se tivesse, a história da minha vida seria diferente, assim...arre..e a educação ja vem de trás..os meus filhos sabem fazer de tudo, agora se vão por em prática o que aprenderam? mas penso que sim que as moças de agora são mais frescas que nós...

Boa...