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Nevoeiro

quarta-feira, 25 de abril de 2007



Nada melhor do que nesta data relembrar Fernando Pessoa. "É a hora!". Como este poema termina, bem necessita de encontrar eco no maior número de corações, neste dia de celebrações pouco mais ou menos solenes e oficiais, que vão sucedendo voluntariosas que não é mais do que uma frouxa transição para aquilo que todos os portugueses esperam, o renascer outra vez de Portugal.



Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!

Inquietações

domingo, 15 de abril de 2007

Uma das frases que tenho lido e que me deixou matéria para alguma reflexão foi que, este século ou será espiritual ou não será nada. Na verdade, o século XX promoveu a necessidade espiritual arrastando o homem para extremos inconcebíveis de um materialismo que nem sempre triunfou. Foi o século de duas guerras mundiais, das grandes revoluções sociais e políticas e das grandes transformações económicas, mas não obstante, não teve em conta a grande necessidade de transformar o homem. Podem chamar procura interior ou espiritualidade, é o que o homem moderno sente hoje que lhe faz falta, depois de acabar por descobrir quanto efémero e superficial é a sua vida que não se satisfaz apenas com uma vida material e um conjunto de satisfações materiais. É no fundo a antiga questão filosófica do Ser e do Ter.